O Departamento de Justiça (dos Estados Unidos anunciou o indiciamento de Roger Nils-Jonas Karlsson e da sua empresa, Eastern Metal Securities (EMS), na última quinta-feira (4). O acusado enganou mais de 3,5 mil vítimas em golpes com Bitcoin (BTC) e ouro, através da EMS. Os ganhos com atividade ilícita somam mais de US$ 16 milhões (R$ 91 milhões), de acordo com a publicação oficial.
A acusação foi feita pelo Departamento em março de 2019, sendo que a prisão aconteceu em junho do mesmo ano, na Tailândia. Karlsson foi, então, extraditado para os Estados Unidos para enfrentar a justiça. Ele se declarou culpado de todas as acusações perante a corte americana, ainda em julho de 2019. Após a prisão, a empresa que o criminoso administrava foi dissolvida.
Golpista prometia ouro aos investidores
Segundo as autoridades, o criminoso convencia as vítimas a investirem na EMS por meio da compra de cotas que custavam menos de US$ 100 (R$ 363, na cotação da época). Em retorno, ele oferecia o pagamento de 1,15 quilo de ouro por cota. Naquela época, isso era equivalente a mais de US$ 45 mil de recompensa, ou R$ 165 mil.
Nessa linha, os clientes da EMS enviavam pagamentos via Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas para as contas do suposto empresário. Ele oferecia uma “garantia” de 97% do dinheiro investido, na hipótese do não pagamento das barras de ouro. O Departamento de Justiça alega que o golpista não tinha os fundos para pagar as vítimas. Logo, o dinheiro era transferido para a conta pessoal de Karlsson, que comprou casas de luxo e um resort na Tailândia.
Punição pode chegar a 40 anos
Agora, Karlsson está sendo acusado de lavagem de dinheiro e de fraude eletrônica (“wire fraud”). Como ele transferiu os fundos para o exterior, a competência do crime é considerada federal, pela justiça americana.
O cidadão de origem sueca pode enfrentar até 40 anos de cadeia; 20 deles se referem às fraudes, enquanto os outros 20 dizem respeito à lavagem de dinheiro. Ele também pode pagar multas de até US$ 750 mil (4,3 milhões) por conta dos crimes praticados. Isso não exclui a possibilidade de outros reparos e indenizações que a justiça considerar apropriados para o caso.
É possível que a punição fosse ainda mais severa, caso o criminoso não tivesse declarado a própria culpa. Nos Estados Unidos, a declaração de culpa (“to pledge guilty”, no termo em inglês) serve para evitar penas mais severas. No caso, ela é comum quando o acusado não acredita na absolvição perante a Justiça.