Sport: Hackers roubam dados de torcedores, fazem chantagem e recebem pagamentos em Bitcoin

Criminosos já conseguiram quase R$ 10 mil em criptomoedas com extorsão após terem conseguido dados dos sócios torcedores do clube
Imagem da matéria: Sport: Hackers roubam dados de torcedores, fazem chantagem e recebem pagamentos em Bitcoin

Reprodução site Sport Clube do Recife

A base de dados do sócios torcedores do clube de futebol Sport Club do Recife foi invadida e os criminosos estão usando as informações obtidas para chantagear os membros do programa em troca de Bitcoin. Até o momento da redação desta reportagem, o endereço da blockchain apontado pelos criminosos já recebeu um total de R$ 9.605,77, em três transações.

O clube já se pronunciou sobre o caso (veja nota na íntegra publicada no site oficial), mas se limitou a dizer que a instituição está “surpresa” com o acontecimento pois a mesma empresa gere os bancos de dados há cincos anos – mas não nomeou a companhia. Além disso, afirmou que está buscando medidas legais e que já acionou as autoridades.

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O Sport Club do Recife se pronuncia acerca dos fatos relatados envolvendo os dados e informações de torcedores do Clube. Leia na íntegra o esclarecimento: https://t.co/pZ1YzFjbTf pic.twitter.com/mipZelhhd0

— Sport Club do Recife (@sportrecife) September 26, 2022

Os golpistas enviam uma longa mensagem por e-mail para as vítimas afirmando que compraram as informações na deep web e instalaram um “vírus polifórmico” nos sistemas operacionais das vítimas. Afirmam que possuem histórico de acesso de navegação e vídeos íntimos das pessoas chantageadas. Diante disso, pedem R$ 3 mil em bitcoins para não divulgar as supostas cenas e dão um endereço de blockchain: 3BqNoL2Amf5JJvpQGa4ZEdpCvgWEcAePXD.

Nada indica que os criminosos tenham mais do que o e-mail e informações básicas das pessoas, como RG e CPF.

O caminho do dinheiro extorquido

O endereço em questão recebeu três transações. A primeira foi feita no sábado (24), com o envio de 0.02930442 BTC, o equivalente no momento da redação desta reportagem a R$ 3.156.

O endereço que fez o envio (bc1qnx0hqkcuzksr0v8jqxwj6le3adc448hq3s4a7mljnyd5s609v2eq0gqz8w) foi criado aparentemente para esta operação, tendo feito somente essa transação e criada por meio de uma wallet da corretora Binance, que tem o “bc1” no início do endereço como marca de distinção.

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A segunda operação foi no domingo (25) e foi mais complexa. A conta enviou na mesma transação valores para mais de 20 endereços de BTC. Entre eles, o dos criminosos, que receberam 0.03010467 BTC, equivalente a R$ 3.243.

Essa conta em questão, também de uma wallet feita na Binance (bc1qm34lsc65zpw79lxes69zkqmk6ee3ewf0j77s3h), possui alta movimentação financeira. Checando o endereço no portal BitInfoCharts, é possível confirmar que se trata de uma carteira da Binance. Nesse caso, a vítima, ao invés de tirar as criptomoedas da sua conta na Binance e enviar para o criminoso, mandou diretamente para uma carteira externa.

A terceira operação foi feita na segunda-feira (26) e é simples: um envio de Bitcoin de um endereço para outro, com uma volta de troco. Nesse caso não é uma wallet da Binance, e o envio foi de 0.02976575 BTC, equivalente a R$ 3.206.

Essa carteira já fez 995 transações na blockchain, tendo recebido US$ 4,4 milhões e recebido exatamente o mesmo montante – no momento não possui nenhum valor em sua posse.

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