A rede Solana, concorrente do Ethereum, sofreu com diversas paralisações na rede em 2021 e no ano passado, prejudicando sua credibilidade e preço. Já a Polygon, uma solução de segunda camada do Ethereum, teve um contratempo na semana passada, quando o site que mostra as suas transações (o seu principal explorer) ficou indisponível por algumas horas.
Mas esses contratempos são comparáveis? O que distingue os apagões da Solana e o incidente da Polygon?
É o que vamos descobrir neste artigo.
Os perrengues da Solana
A Solana é uma blockchain que promete alta velocidade e baixo custo nas transações. Ela ganhou bastante destaque no mercado das criptomoedas, chegando a ser chamada por algum tempo de “matadora de Ethereum” por alguns entusiastas.
No entanto, ela tem enfrentado vários desafios técnicos ao longo do tempo. Em setembro de 2021, por exemplo, ela ficou fora do ar por mais de 16 horas após um defeito grave, que exigiu que os desenvolvedores reiniciassem a blockchain.
Em junho do mesmo ano, ela teve outro apagão de quatro horas gerada por um conflito de consenso. A blockchain também já passou por paralisações parciais por causa de nodes mal configurados.
Esses apagões da Solana tiveram consequências graves para a sua reputação e para o seu valor. Além disso, esses apagões da Solana geraram muita ironia e críticas nas redes sociais por parte dos usuários da Polygon.
Eles zombaram da Solana por não ter sido capaz de manter sua rede funcionando sem problemas, e questionaram sua segurança e descentralização.
Teto de vidro da Polygon?
ANo entanto, a Polygon teve seu próprio incidente e os usuários da Solana estão aproveitando para devolver as críticas.
Mas será que essas comparações são justas? Afinal, qual é a diferença entre os apagões da Solana e o incidente da Polygon?
A principal diferença é que os apagões da Solana afetaram diretamente a sua blockchain, impedindo que as transações fossem validadas e confirmadas. Isso significa que a rede Solana ficou realmente paralisada e inoperante por horas, várias vezes.
Já com a Polygon, simplificando, o que houve é que o PolygonScan, um site que exibe as transações e os dados da rede Polygon, parou. O fato não afetou a sua blockchain.
Isso significa que a rede Polygon continuou funcionando e que os usuários podiam usar outros sites ou aplicativos para acessar as informações da blockchain.
Portanto, o incidente da Polygon foi muito menos grave e impactante do que os apagões da Solana. Além disso, o PolygonScan foi rapidamente restaurado pelos seus desenvolvedores, que explicaram que o problema foi causado por uma falha no provedor de serviços de nuvem da AWS, o que não comprometeu a segurança ou a integridade dos dados da rede Polygon.
O veredito final
Fica claro então que os apagões da Solana e o incidente da Polygon são situações muito diferentes em termos de gravidade e impacto para as suas respectivas redes.
A Solana precisa mostrar que a sua rede está mais confiável e segura. E isso irá ocorrer ao continuar a manter sua estrutura funcionando de forma estável e sem interrupções.
Já a Polygon precisa apenas melhorar e ampliar seus serviços externos para evitar que falhas como a do Polygonscan sejam interpretadas como bugs de sua rede.
O que aconteceu no passado com a Solana é bem mais sério do que o “apagão” da rede Polygon. Todo o tumulto gerado nesta semana com a Polygon teve mais a ver com FUD do que com a gravidade do ocorrido.
Os céticos e críticos ficam à espreita para poder falar mal; a falha do Polygonscan foi então uma oportunidade para isso…
Para terminar, aqui vai um ponto importante: em nenhum momento quero dizer que a Polygon possui uma rede melhor que a Solana ou vice-versa. Deixemos a análise de qual é um projeto melhor para outra hora. No momento apenas estamos dizendo que as interrupções da Solana foram mais graves, o que não desmerece todo o projeto construído até aqui por essas blockchains.
Sobre o autor
Fabrício Santos é especialista em blockchain e criptomoedas da Criptomaníacos, contribuindo no setor de conteúdo, produto e pesquisa na empresa desde 2019.