Imagem da matéria: Sócios da Minerworld serão ouvidos pela Justiça amanhã
Cicero Saad (E) é o presidente da empresa (Foto: Divulgação)

Será dado o início do julgamento dos acusados de crime contra a economia popular que envolve as empresas Minerworld, BitOfertas, Bitpago e mais 16 réus. As partes serão ouvidas às 14h desta quinta-feira (24) no Fórum de Campo Grande (MS). Esta primeira audiência tem como objetivo identificar fundos, segundo o Midiamax.

Já com a posse de logins e senhas identificadas pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), as autoridades vão acessar as contas na presença dos réus e transferir qualquer fundo existente para a conta judicial do processo.

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De acordo com o juiz titular da 2ª Vara, David Gomes de Oliveira Filho, é possível que sejam identificadas, por meio de rastreamento, contas que receberam fundos após a determinação de bloqueio de bens. Segundo ele, isto pode agilizar o processo, relatou o site.

As partes e todos os envolvidos receberam intimação da Justiça de Campo Grande. O documento alertou que no caso do não comparecimento ou da recusa em depor, o juiz de direito aplicará a pena descrita no artigo 385, § 1º da Lei 13105/15 que diz o seguinte:

“Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena”.

Intimados

Foram intimados Cícero Saad Cruz, Johnes de Carvalho Nunes e Hércules Franco Gobbi, sócios da Minerworld.

Ivan Felix de Lima, Maykon Voltaire Grisoste Barbosa, Maiko Alessandro Cunha Franceschi e Rosineide Pinto de Lima também receberam a intimação e são tratados como sendo do ‘G10’, um ‘grupo de elite’ dentro do esquema de pirâmide financeira.

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Em um outro grupo intimado, consta a esposa de Hércules Gobbi, Patrícia da Silva Beraldo, os pais de Cícero Saad, Raimundo Olegário Cruz e Mirna Saad Cruz, além de Edenil Neiva das Graças, Jeová das Graças Silva e Thayane Mayara Almeida Correia.

O esquema Minerworld

A empresas investigadas se apresentavam como plataformas de criptomoedas focadas no comércio de produtos usando o bitcoin como meio de pagamento e prometiam lucros exorbitantes em cima da criptomoeda.

Em 17 de abril deste ano, a BitOfertas, a Bitpago e a MinerWorld foram alvos do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Os agentes deflagram, então, operações nas cidades de Campo Grande (MS) e São Paulo, cumprindo mandados de busca e apreensão em suas sedes.

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Segundo a polícia, o esquema tinha como seus principais dirigentes Cícero Saad, Hércules Gobbi e Johnnes Carvalho, que recrutavam pessoas para fazer parte do grupo que, segundo eles, era uma mineradora de bitcoin.

A Minerworld, que no final do ano passado já recebia várias reclamações sobre pagamentos não realizados (dos lucros prometidos na pirâmide) anunciou, então, o roubo dos bitcoins que a empresa sofreu na Poloniex.

A exchange, que tem sede em Delaware (EUA), não se manifestou sobre o caso e tudo passou a ser investigado como suposta formação fraudulenta de pirâmide financeira.

A operação, chamada ‘Lucro Fácil’, foi solicitada pelo MPMS após uma ação cível pública proposta pela 43ª Promotoria de Justiça.

A instituição é responsável pelas atividades de proteção e defesa dos interesses coletivos e individuais do consumidor.

O início das investigações deu-se depois da denúncia da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que verificou o público lesado e pediu providências.

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