O Senado aprovou na terça-feira (8) a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central do Brasil (BC). Atual Diretor de Política Monetária da instituição, Galípolo assumirá a posição partir de 1º de janeiro de 2025, com mandato até o final de 2028.
De acordo com um comunicado do BC, a votação se encerrou com 66 votos a favor e 5 contra. Durante a tarde, Galípolo já havia sido aprovado por unanimidade pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Durante a sabatina na CAE, Galípolo foi questionado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos) sobre as ações do Banco Central para a regulação do mercado de criptomoedas, porém a pergunta acabou não sendo respondida.
Galípolo, no entanto, tratou da questão da autonomia do BC. “O Banco Central tem a autonomia operacional para cumprir as metas que foram estabelecidas pelo poder democraticamente eleito”, afirmou.
Galípolo disse que a atuação do Banco Central tem sido inequívoca na persecução da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esta é a primeira troca de comando desde que a autonomia da autoridade monetária entrou em vigor, em 2021, comenta a Folha.
Ele também lembrou que a instituição tem sofrido com redução de pessoal e que o BC assumiu novas funções, que não existiam antes. “O sistema de pagamentos instantâneos, o Pix, é uma infraestrutura pública digital que se equipara hoje às outras infraestruturas essenciais que nós temos”, afirmou.
O próximo passo do Senado é comunicar sua decisão ao Executivo, que publicará o decreto de nomeação do novo presidente. O último passo é a posse no Banco Central. Até o momento, não há estimativa de prazo para a conclusão desse processo.
O mandato do atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, termina em 31 de dezembro. Até o fim do ano, haverá um processo de transição de comando na instituição.
Galípolo sobre bets e criptomoedas
Natural de São Paulo (SP), Galípolo tem 42 anos e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no início da gestão de Fernando Haddad. Galípolo tem graduação e mestrado em economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), já atuou como professor universitário (2006 a 2012) e foi presidente do Banco Fator (2017 a 2021).
Em agosto, o diretor do BC afirmou que criptomoedas e as apostas online, ou bets, estão no radar do BC, assim como outros temas que aumentam a volatilidade global.
Galípolo disse que não há clareza do impacto das criptos e bets sobre a inflação, o que aumenta a postura de “cautela” do BC. A fala ocorreu durante o Warren Day, evento com investidores em São Paulo, em que ele tratou principalmente sobre aumento de juros no país.
Há alguns anos, o Banco Central adota a postura de divulgar dados de importação e exportação de criptomoedas em seu relatório mensal sobre o setor externo, assim como na balança comercial, mas ainda é visível a dificuldade de contabilizar esses dados e entender seu impacto na economia.
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