SEC aprovará ETF de Bitcoin à vista em até seis meses, prevê ex-diretor da BlackRock

Dois ex-diretores da BlackRock dizem que a aprovação de um ETF de Bitcoin à vista nos EUA é basicamente um negócio fechado
Letras que formam a sigla ETF próximas a uma moeda dourada de Bitcoin (BTC)

Foto: Shutterstock

O ex-diretor administrativo da BlackRock, Steven Schoenfield, que agora é o CEO da MarketVector Indexes, prevê que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) vai levar de “três a seis meses” para aprovar um ETF de Bitcoin à vista.

Schoenfield deu sua estimativa durante um painel de discussão sobre ETFs no Digital Asset Summit da CCData em Londres na terça-feira (3), onde se juntou a outro ex-diretor da BlackRock, Martin Bednall, agora CEO da Jacobi Asset Management.

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Schoenfield estava respondendo aos comentários feitos anteriormente por Bednall de que “a SEC provavelmente aprovará [todas as aplicações de ETF] ao mesmo tempo”. “Não acho que eles queiram dar a ninguém a vantagem de ser o pioneiro”, disse.

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Anteriormente, o CEO da MarketVector disse que teria dado à indústria de “nove a doze meses” antes de uma aprovação, mas a recente decisão da SEC de adiar as decisões sobre vários pedidos de ETF pendentes é diferente das táticas de adiamento anteriores do regulador.

“Em vez de rejeitar completamente a lista inteira, pediram comentários, o que representa uma melhoria marginal, mas significativa, no diálogo”, disse Shoenfield. “Há também o processo da Grayscale, que a SEC perdeu, o que significa que eles provavelmente terão que permitir que o Grayscale Bitcoin Trust seja convertido em um ETF”.

Blackrock, criptomoedas e o ETF de Bitcoin

Através de seu pedido pendente de ETF, a maior gestora de ativos das finanças tradicionais, BlackRock – com US$ 9,42 trilhões em ativos sob gestão – parece a candidata mais provável para obter a aprovação de um ETF de Bitcoin à vista.

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Afinal, a gestora tem uma pontuação vencedora de 575-1 quando se trata de obter autorização da SEC para lançar ETFs.

Ninguém imaginaria que isso aconteceria em 2017, quando o chefe da BlackRock, Larry Fink, chamou o Bitcoin de “índice de lavagem de dinheiro”. Avançando para o verão de 2023: Fink apareceu na FOX News e disse que as criptomoedas “estão digitalizando o ouro de várias maneiras”.

Durante o painel de discussão da CCData em Londres ontem, Martin Bednall disse acreditar, em qualquer caso, que o braço financeiro tradicional, em termos de marca e recursos, dará à BlackRock uma vantagem de pioneirismo caso a SEC decida começar a aprovar ETFs de Bitcoin à vista.

Shoenfield foi mais moderado em suas opiniões sobre a incursão de sua antiga empresa no mundo cripto.

“Discordo do meu ex-colega Martin. Por mais que a BlackRock tente esmagar a concorrência, há uma boa meia dúzia, talvez oito ou nove, de outras empresas profundamente comprometidas com ativos digitais negociáveis”, disse ele. “Todos eles têm aplicações e alguns estão, na verdade, muito mais próximos do ecossistema cripto do que a BlackRock. Então, acho que a BlackRock terá uma grande batalha”.

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Mais tarde, ele acrescentou que sua empresa avaliou os números e acredita que a aprovação do ETF à vista pode resultar em um “fluxo de US$ 150 a US$ 200 bilhões” em produtos de investimento em Bitcoin ao longo de três anos, o que “duplicaria ou triplicaria a quantidade de ativos sob gestão nos atuais produtos de Bitcoin”.

*Traduzido por Rodrigo Tolotti com autorização do Decrypt.