“Se você for pego, será demitido”, diz CEO da Coinbase, após funcionários pedirem saída de executivos

Petição anônima supostamente redigida por funcionários denuncia “ambiente tóxico” na corretora
CEO da corretora de criptomoedas Coinbase, Brian Armstrong, participa de palestra

(Reprodução)

“É uma estupidez em vários níveis. Se você for pego, será demitido”. As frases são do CEO da corretora de criptomoedas Coinbase, Brian Armstrong, que ridicularizou no Twitter uma petição que circulou na internet na última sexta-feira (10), pedindo a saída de executivos da empresa. Supostamente, o texto foi escrito por um grupo de funcionários, o que fez o diretor ser claro em um dos seus comentários: “Nossa cultura é elogiar em público e criticar em particular”.

A petição, intitulada “’Operation Revive COIN’ (ou “Operação Renova Coinbase”, em português), foi redigida tanto na forma de apelo quanto de manifesto. Ela critica erros gerenciais e denuncia um suposto ambiente tóxico dentro da empresa, exigindo a saída de vaŕios executivos, com da chefe de Operações, Emilie Choi.

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A repercussão levou o CEO da Coinbase a lançar um thread no Twitter que inclusive ameaça demitir os autores do texto, se forem identificados, por quebra de sigilo e ética, além de convidar os descontentes a cair fora da empresa.

“Em primeiro lugar, se você quiser fazer um voto de desconfiança, você deve fazê-lo em mim e não culpar os executivos. Quem você acha que está administrando essa empresa? Fiquei um pouco ofendido por não ter sido incluído”, disse Armstrong.

A partir daí, vieram suas críticas mais duras:

“Se você não confia nos executivos do CEO de uma empresa, por que está trabalhando nela? Saia e vá em busca de uma que você acredita!”, disparou Armstrong, acrescentando em seguidas frases como “isso é antiético e estúpido” e “se você for pego, será demitido”.

Entre os problemas observados na petição estavam o fracasso da plataforma de tokens não fungíveis da empresa, Coinbase NFT e críticas ao sistema de avaliação de desempenho de funcionários, o que teria gerado uma cultura tóxica no local de trabalho. Fora isso, a rescisão de contratos de trabalho que estavam em andamento também foram pautadas.

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Em resumo, Armstrong parece ter visto o manifesto como uma afronta desnecessária e argumentou: “Em qualquer mercado em baixa, as pessoas querem começar a apontar o dedo e encontrar alguém para culpar… Reconheça essa armadilha mental e não caia nela — as equipes precisam se unir e agir como uma empresa durante períodos difíceis”.

Crise na Coinbase

Assim como várias empresas do setor de criptomoedas, a Coinbase também se mobilizou para enfrentar a crise. Em vez de demitir, como fizeram recentemente várias corretoras, a empresa resolveu pausar as contratações e rescindir os contratos que estavam em andamento “em resposta às condições atuais do mercado”.

A crise, contudo, é geral. Ela se agravou no mês passado com a turbulência causada pela perda de paridade com o dólar da stablecoin algorítmica TerraUSD (UST) culminou também no colapso da criptomoeda LUNA.

O mercado cripto viu então uma onda de demissões, com Gemini, Bitso, BuenBit e Mercado Bitcoin, por exemplo, tomando medidas para enfrentar o novo panorama financeiro global.