Santander lança artigos educativos que exaltam benefícios do Bitcoin

Apesar da recente aproximação com as criptomoedas, em novembro passado o banco passou a restringir transações de clientes para exchanges no Reino Unido
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Foto: Shutterstock

O Santander é um dos vários bancos tradicionais que no passado viraram as costas para o mercado das criptomoedas, fechando contas de empresas do setor e restringindo o envio de dinheiro de clientes para exchanges, mas que agora tentam mudar a rota e se aproximar dos criptoativos. 

O banco espanhol lançou em suas páginas na internet uma série de artigos educativos chamada Digital Assets 101, para explicar “tudo que você precisa saber sobre Bitcoin”. Nesta série, o Santander exalta os benefícios do Bitcoin e o apresenta como “um ativo financeiro sustentado por uma tecnologia com grande potencial, que aumenta a segurança, a rastreabilidade e a transparência nas redes e sistemas de dados”.

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O artigo aborda desde a publicação do whitepaper do Bitcoin por Satoshi Nakamoto em 2008, o primeiro bloco minerado em 2009, como acontece a mineração e o halving da criptomoeda, e usa ilustrações para explicar como uma transação de bitcoin funciona entre duas pessoas:

Outros artigos do Santander da série Digital Assets 101 explicam o que é blockchain e para que a tecnologia pode ser usada; o que são sistemas criptográficos e o conceito de Merkle tree; e uma introdução às soluções de segunda camada, como a Lightning Network do Bitcoin.

O Santander exalta a capacidade da Lightning processar grandes volumes de micropagamentos instantâneos de bitcoin e fornecer uma solução para o problema de escalabilidade, “pois pode suportar milhões de transações por segundo”.

#LightningNetwork enables high volumes of instantaneous micropayments, supporting millions of transactions per second.⚡

All the pros and cons, in our #DigitalAssets101 series🌐👇

— Santander (@bancosantander) June 16, 2023

O texto cita empresas como Shopify e algumas unidades do McDonald’s que já aceitam pagamentos de bitcoin através da Lightning Network, e relembra como a tecnologia também é abraçada por governos, como o de El Salvador.

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“No nível soberano, o uso da Lightning Network por El Salvador para remessas foi uma das principais razões pelas quais o país incorporou o Bitcoin como moeda legal. As remessas são um componente importante do PIB de El Salvador, por isso o país quer reduzir os custos de recebimento desses pagamentos”, diz o artigo do Santander.

Passado não tão amigável

Embora agora o Santander reconheça publicamente os inúmeros benefícios do mercado de criptomoedas, o banco não tem o histórico mais amigável com o setor cripto.

Apenas em novembro do ano passado, o Santander colocou restrições no volume de dinheiro que seus clientes poderiam transferir para corretoras de criptomoedas no Reino Unido — acompanhando uma postura mais rígida da Autoridade de Conduta Financeira (FCA) do país.

Naquele mês, o banco passou a permitir que clientes enviassem apenas 1 mil euros por transação para corretoras, com um limite total de 3 mil euros em qualquer período contínuo de 30 dias. 

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“Nos últimos meses, vimos um grande aumento no número de clientes do Reino Unido se tornando vítimas de fraude em criptomoedas”, disse um porta-voz do Santander na época. “Queremos fazer tudo o que pudermos para proteger nossos clientes e sentimos que limitar os pagamentos às exchanges de criptomoedas é a melhor maneira de garantir que seu dinheiro permaneça seguro.”

Em agosto do ano passado, o Santander também foi criticado por fechar contas de corretoras de criptomoedas em Portugal.