O cofundador da FTX, Sam Bankman-Fried, está se alinhando à direita política após sua queda, em uma aparente tentativa de conseguir um perdão presidencial.
Bankman-Fried expressou frustrações tanto com o governo Biden quanto com o sistema judicial que o condenou, em uma entrevista ao New York Sun.
A retórica do cofundador da FTX tomou um rumo acentuado em direção ao apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao CEO da Tesla, Elon Musk, enquanto cumpre uma sentença de 25 anos na prisão do Brooklyn por fraudar clientes em bilhões de dólares.
“Fiquei muito frustrado e decepcionado com o que vi do governo Biden”, disse Bankman-Fried durante a ligação telefônica de 45 minutos.
Sua declaração representa uma mudança drástica em relação ao seu passado como um dos principais doadores do Partido Democrata, tendo sido um dos maiores financiadores do ciclo eleitoral de 2020.
Bankman-Fried também elogiou a abordagem “serra elétrica” de Musk para eliminar a burocracia federal, apontando a necessidade de reformular sistemas ineficientes.
“Algumas coisas realmente precisam de mais do que um corte de 10%”, disse ele. “Precisam de um corte de 30, 50, 70%, mas, é claro, precisam ser reconstruídas da maneira certa.”
As declarações de Bankman-Fried surgem em meio a relatos de que seus pais estariam buscando um perdão presidencial para o filho.
Segundo a Bloomberg, citando fontes anônimas, os pais do ex-bilionário do setor de criptomoedas têm mantido conversas com pessoas próximas ao círculo de Trump para explorar a possibilidade de clemência.
“Tenho trabalhado com os republicanos muito mais do que se imaginava antes”, afirmou Bankman-Fried, insinuando que suas conexões com círculos conservadores podem ajudá-lo a garantir um perdão.
A tentativa de clemência de Bankman-Fried lembra o caso de Ross Ulbricht, fundador do Silk Road, que foi condenado à prisão perpétua por administrar o mercado da dark web.
Ulbricht recebeu a promessa de perdão por Trump durante sua campanha eleitoral e, posteriormente, teve sua pena anulada após Trump assumir o cargo.
O colapso da FTX
A queda de Bankman-Fried foi tão rápida quanto pública.
À frente da FTX, uma corretora de criptomoedas avaliada em US$ 32 bilhões, ele viu seu império ruir em novembro de 2022, em meio a acusações de fraude, desvio e uso indevido de fundos de clientes.
Leia também: A ascensão e queda desastrosa de Sam Bankman-Fried, o criador da FTX
O caso se tornou um dos maiores escândalos financeiros da curta história do setor cripto, com a prisão e o julgamento de Bankman-Fried atraindo grande atenção.
Em 2023, um júri o considerou culpado em sete acusações, incluindo fraude eletrônica e fraude de valores mobiliários, resultando em uma sentença de 25 anos de prisão.
Bankman-Fried, condenado por fraude relacionada ao colapso da FTX, continua afirmando que “não acho que ninguém tenha sido culpado”.
Ele também repetiu argumentos semelhantes aos de Trump, criticando a “politização” do Departamento de Justiça (DOJ) e lamentando a condução de seu caso.
Seus comentários sobre o juiz Kaplan, que presidiu tanto o julgamento de Bankman-Fried quanto um caso contra Trump relacionado a acusações de abuso sexual, revelam uma tentativa de traçar paralelos entre sua batalha judicial e a do ex-presidente.
Ambos, segundo ele, foram vítimas de um sistema de justiça tendencioso e motivado politicamente.
Na quarta-feira, Trump anunciou que havia instruído o Departamento de Justiça a “demitir todos os procuradores dos EUA remanescentes da era Biden”, buscando eliminar o que ele percebe como nomeações políticas deixadas pelo governo anterior.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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