*Matéria atualizada: a empresa MSK Operações investimentos não deve ser confundida com a MKS Soluções Financeiras LTDA. A primeira empresa nada tem a ver com Marcos Kronhardt.
O trader Marcos Kronhardt foi uma das pessoas que participou ativamente da Unick Forex. Em vídeo produzido pela empresa suspeita de fraudes no mercado financeiro, Kronhardt era apontado apenas como um dos operadores de Forex na Unick. No entanto, a Justiça descobriu que ele na verdade era o cérebro dessas operações.
Até a deflagração da “Operação Lamanai” da Polícia Federal (PF), o nome de Kronhardt não era tão conhecido como de Leidimar Lopes e Danter Silva. Apesar disso, já havia vídeo veiculado pela própria Unick, em 13 de fevereiro do ano passado, mostrando a relação do trader à empresa.
Felipe Martins, que atuava no marketing da Unick Forex, aponta Kronhardt como um dos operadores da empresa a fim de passar confiança aos investidores. No meio da entrevista, o trader deixa claro que a empresa vinha atuando no mercado Forex, o que não é permitido no Brasil.
Num jogo de palavras, Kronhardt fala em legalidade das operações uma vez que a empresa de Forex estaria sediada no exterior. Porém, mesmo que a empresa não tenha domicílio no Brasil não pode captar clientes no país sem a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme foi mencionado pelo Superintendente da autarquia, José Alexandre Vasco, em entrevista cedida ao Portal do Bitcoin.
“Não faz diferença se a empresa está no exterior ou no Brasil se está captando recursos de pessoas residentes no território nacional, a competência é da CVM. Essa competência é estabelecida pela lei”.
Além da atuação na Unick Forex, Kronhardt é dono da MSK Soluções Investimentos. Essa empresa ativa desde novembro de 2017. O trader vinha operando na MQL5 fazendo análise de gráficos no mercado Forex e de criptomoedas.
No vídeo, porém, Kronhardt disse que havia deixado seu antigo trabalho para operar como trader.
Trader da Unick Forex preso
A Justiça, após ter acesso à investigação da PF, se convenceu que Kronhardt não era mero operador como afirmava Martins no vídeo. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), ao analisar o recurso de Habeas Corpus, manteve a decisão da Justiça Federal do Rio Grande do Sul depois de constatar que o trader era o cérebro por trás das operações feitas pela Unick Forex.
“Quanto a Marcos (Kronhardt), as investigações dão conta de que seria o operador da Unick, atuando junto ao mercado Forex em favor daquela empresa e possuindo controle de valores de moedas estrangeiras”.
Kronhardt teve sua prisão preventiva decretada e, assim como Danter Silva, só responderia em liberdade caso pagasse a fiança de R$ 200 mil, o que até então não ocorreu.
A defesa dele e de Danter Silva tentou até mesmo levar o caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O resultado foi que o ministro Rogerio Schietti Cruz manteve a decisão do TRF4.
Suspeita de lavagem de dinheiro
O Tribunal levantou a suspeita de que o trader, assim como o diretor de marketing da empresa, teria incorrido na prática de atos de lavagem de dinheiro com a compra de imóveis em nome de terceiros:
“Marcos Kronhardt era o responsável pelas operações realizadas no mercado Forex em nome da Unick, existindo elementos concretos a indicar que possua ou controle contas em corretoras no exterior, cujos valores igualmente não foram objeto da constrição judicial, que bloqueou apenas R$ 1.004,47 de suas contas, muito inferior aos valores indicados nas tabelas de pagamento analisadas nos Relatórios de Interceptação Telemática”.
Duas MKS diferentes
A empresa mencionada nessa matéria não deve ser confundida com a MKS Operações e Investimentos Ltda, a qual não guarda qualquer relação com Marços Kronhardt.
Após a publicação desta matéria, a empresa contatou a reportagem esclarecendo que apesar da semelhança dos nomes não há qualquer vínculo entre elas:
“Cabe destacar que sou o proprietário da empresa MSK operações e investimentos Ltda. Desde a sua fundação e nunca tivemos qualquer relação com o senhor Marcos Kronhardt, só tomamos conhecimento da sua existência após a referida matéria jornalística.
O fato é que a reportagem, tendo em vista a semelhança dos nomes das empresas, vem causando enormes prejuízos à nossa empresa, uma vez que relaciona a empresa a práticas de lavagem de dinheiro, investigação da Polícia Federal com ordens de prisão e bloqueios de bens e valores, práticas essas que assustam qualquer investidor.
Destacamos que a nossa empresa MSK operações e investimentos Ltda segue regras rigorosas de compliance, atuando no mercado de criptoativos com total lisura, transparência e responsabilidade ética e profissional”.
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