A empresa de análises de transparência ‘Elementus’ publicou um relatório sobre o ataque hacker sofrido pela Cryptopia no dia 14 de janeiro e mostrou que o montante roubado foi muito além dos US$ 2,5 milhões (R$ 9,25 milhões) relatados pela exchange.
Publicado na segunda-feira (21), o relatório diz que alguns dias após o incidente poucas informações sobre o que realmente aconteceu foram divulgadas e que ‘quando, onde e quanto’ não ficaram claros.
No entanto, eles chegaram à conclusão de que o verdadeiro valor dos criptoativos roubados na exchange soma cerca de US$ 16 milhões, aproximadamente R$ 60 milhões.
A empresa diz que isso foi verificado pela análise da blockchain Ethereum usando o seu mecanismo de consulta — a especialidade da plataforma é prover que um sistema se comunique com outro de forma transparente, a interoperabilidade.
“Vimos alguns sinais de que as exchanges congelaram os fundos roubados, mas nada sobre o quanto estava congelado ou onde ficavam o restante dos fundos”, diz um trecho.
O texto diz que, embora a Cryptopia possa ter suas razões para permanecer em silêncio, é importante que os fatos sejam conhecidos, justamente porque a exchange mantém fundos de milhares de pessoas.
A empresa diz que o modo como o hack ocorreu levanta várias questões. O valor de US$ 16 milhões cobre apenas os tokens Ether (ETH), o que significa que pode haver uma possibilidade de que mais fundos tenham sido comprometidos no ataque.
De acordo com o relatório, os cibercriminosos movimentaram US$ 16.002.108 em tokens ao longo de cinco dias, incluindo US$ 3.570.124 em éter, US$ 2.446.212 em Dentacoin (DCN) e $ 1.148.144 em Centrality (CENNZ).
Após a retirada desses fundos, os hackers começaram a transferi-los para exchanges em pequenas quantidades com o intuito de fazer uma retirada total de US$ 882.632.
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Os hackers atacaram 76.000 carteiras, o que, segundo a Elementus, mostra que os invasores não encontraram um ponto único de fraqueza no contrato inteligente da plataforma, mas encontraram uma maneira de obter milhares de chaves privadas.
Um fato torna o incidente ainda mais perturbante, diz a CCN. Os ‘melhores’ hackers do mundo agem de forma rápida e o tempo é precioso. No caso da Cryptopia, eles pareciam tranquilos para extrair os fundos de criptomoedas ao longo de cinco dias, enquanto a Cryptopia nada fez.
A polícia neozelandesa afirmou que as investigações sobre o caso estão progredindo bem à medida que buscam desvendar a identidade dos criminosos e recuperar os fundos roubados.
Segundo a reportagem, os membros da equipe de investigação, incluindo investigadores forenses digitais e especialistas no assunto, estão em constante contato com a gerência e equipe da Cryptopia.
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