O ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho e o piloto da F3 Enzo Fittipaldi têm algo em comum: ambos promoveram a Airbit Club, empresa do brasileiro Gutemberg dos Santos preso pelos Estados Unidos na semana passada.
A suposta pirâmide financeira Airbit Club é investigada por lesar milhares de pessoas ao redor do mundo. Como é comum nesse tipo de esquema, os líderes contratam de celebridades para ajudar na promoção do falso produto e de sua credibilidade.
As redes sociais da empresa mostram que Ronaldinho já ‘vestiu’ a camisa da Airbit Club. Uma delas foi publicada há cerca de oito meses no Instagram, numa conta com o nome da empresa. No YouTube, um vídeo mostra o ex-craque da Seleção num jogo de futevôlei e em várias ações da empresa em Cancún, no México.
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A parceria com a Airbit Club reforça o histórico de envolvimento do jogador com negócios controversos. Ele inclusive já depôs, como testemunha, no Ministério Público de São Paulo para esclarecer uma suposta relação com a ‘18k Ronaldinho’, suspeita de esquema de pirâmide. Em Goiás, ele é réu em uma ação coletiva.
Ronaldinho também foi garoto-propaganda da empresa de investimentos LBVL, proibida no Brasil pela pela CVM.
Enzo e Airbit Club
Ao aceitar vestir um uniforme cujo um dos patrocinadores é a Airbit Club, Enzo Fittipaldi acabou debutando num cenário negativo, o das pirâmides financeiras.
Pupilo da Academia de Pilotos da Ferrari, o neto do bicampeão mundial de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, aparece promovendo a Airbit Club em sua própria conta no Instagram.
Assim como foi feito com Ronaldinho, a conta da Airbit na rede social também promove Enzo em um vídeo que mostra fases de sua carreira.
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Em resumo, pode ser que em alguns casos alguma personalidade acabe se envolvendo em negócios controversos por descuido de seus empresários. O fato é que em tais contratos de publicidade pode ter entrado dinheiro sujo, captado através de golpe.
No caso 18k Ronaldinho, por exemplo, a defesa do ex-jogador chegou a afirmar que seu cliente teve a imagem explorada indevidamente.
A reportagem tentou contato pelo Instagram com o advogado Sérgio Queiroz, que trabalhou para a soltura de Ronaldinho no Paraguai, e com Enzo Fittipaldi para questionamentos sobre a relação comercial com a Airbit Club. Até a publicação deste texto não houve resposta.