Reservas de Bitcoin da Binance caem com investidores migrando para outras exchanges, aponta CryptoQuant

Os saques refletem o receio dos investidores em relação à corretora que se tornou alvo do governo americano
Celular com logo da Binance, moedas de Bitcoin e ETeherem em cima de notás de cem dólares

Shutterstock

Após o fundador da Binance Changpeng “CZ” Zhao se declarar culpado no caso de fraude e renunciar ao cargo de CEO da exchange, o grande desafio da empresa agora é lutar com o êxodo de recursos e clientes.

Apenas entre quarta e quinta-feira, houve um forte fluxo de Bitcoin (BTC) saindo da Binance e indo para a Coinbase, segundo dados on-chain compilados pela empresa de análise CryptoQuant. A exchange chinesa viu suas reservas recuarem em 5 mil BTC, enquanto a corretora americana teve um aumento de 12 mil bitcoins.

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“A diminuição nas reservas de Bitcoin na Binance parece ser devido às saídas de varejo”, disse Bradley Park, analista da CryptoQuant ao site CoinDesk. A avaliação geral do mercado é que os investidores estão nervosos sobre futuros desdobramentos da situação da Binance e como isso pode afetar a empresa.

Dados de reservas de BTC na Binance e Coinbase no dia 22 de novembro de 2023 (Fonte: CryptoQuant)

Na terça-feira (21), a corretora anunciou um acordo com o Departamento de Justiça (DoJ) dos EUA para encerrar investigações contra ela, pagando uma multa de US$ 4,3 bilhões.

A Binance, que admitiu ter permitido transações com o Hamas e outros grupos terroristas na plataforma, foi acusada de três crimes, incluindo falhas no combate à lavagem de dinheiro, operação de negócios de transmissão de dinheiro não licenciado e violação de sanções dos EUA.

Além disso, CZ se declarou culpado por violações de lavagem de dinheiro, concordou em pagar uma multa de US$ 50 milhões e uma fiança de US$ 175 milhões para ser liberado após audiência de custódia, aguardando julgamento em liberdade. 

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Apenas nas primeiras 24 horas após a notícia, clientes retiraram US$ 805 milhões líquidos da Binance, de acordo com o DefiLlama. O valor é menor que o registrado em momentos de pânico do mercado, que chegou a ser de US$ 4 bilhões, mas ainda assim demonstra o temor dos investidores com a empresa, principalmente por se tratar de um momento positivo para o Bitcoin e outras criptos.

Esse medo é explicado também pelo passado recente do mercado cripto, já que 2022 ficar marcado pelo colapso de projetos como a Terra, mas principalmente pela quebra da FTX, que chegou a ser uma das maiores exchanges do mundo. Com isso, investidores já têm ficado com um pé atrás com as corretoras e qualquer turbulência tende a ter um efeito negativo mais forte.

Por outro lado, há quem veja o acordo da Binance como a queda do último obstáculo que evitava a aprovação de um ETF de Bitcoin à vista pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), e que essa avaliação também está afetando o fluxo de fundos.

“Com este acordo judicial, as expectativas para um ETF de Bitcoin à vista podem ter aumentado para 100%, já que a indústria será forçada a seguir as regras que as empresas TradFi devem seguir”, disse o provedor de serviços cripto Matrixport em relatório.