Reguladores antitruste podem interferir em acordo entre FTX e Binance, diz especialista

Segundo professor, autoridades dos EUA e da Europa podem até mesmo barrar a aquisição caso avaliem que ela viola a concorrência no setor de criptomoedas
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CZ e SBF na época em que eram amigos (Foto: Reprodução/Twitter)

A possível compra pela Binance da corretora de criptomoedas rival FTX nesta terça-feira (8) já atrai preocupações de especialistas sobre se o negócio pode ser aprovado por autoridades dos EUA e Europa dentro da legislação antitruste – as leis que promovem a concorrência e evitam monopólios injustificados, de forma que não haja um comportamento anticompetitivo.

A Binance é a maior exchange de criptomoedas do mundo em volume, enquanto a FTX está entre as cinco principais, segundo dados do Coingecko.

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Pouco após o anúncio da compra feito pelo CEO da Binance, o professor associado da Universidade de Amsterdã, Thibault Schrepel, que é especializado em questões de blockchain e antitruste, fez um alerta ao portal Coindesk de que reguladores em todo o mundo têm poder interferir nesse tipo de negociação.

“Da próxima vez, antes de postar, verifique se o seu tweet está em conformidade com as leis antitruste”, escreveu Schrepel, acrescentando: “Eu não ficaria surpreso ao encontrar esse tweet em um processo judicial”.

Nos EUA, comentou o Coindesk, leis antitruste como a ‘Sherman Act’ proíbem os concorrentes de agir para proteger uns aos outros. 

Para Schrepel, “isso sugere um acordo ilegal. As leis dos EUA, concluiu o especialista, “se aplicariam, pois o acordo afeta toda a empresa, incluindo as operações nos EUA”.

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Next time, check the compliance of your tweet with antitrust laws before you post, @cz_binance. At this stage, I wouldn’t be surprised to find this tweet in a forthcoming court document/antitrust litigation. https://t.co/vUcx75BQCY

— Thibault Schrepel (@ProfSchrepel) November 8, 2022

Na Europa, a negociação também pode acabar sendo vista da mesma forma que nos EUA. Isso poderia dificultar a aprovação da operação pelas leis de fusões e aquisições em vigor no continente.

Acordos entre os principais players do mercado que disputam os mesmos clientes provavelmente serão de particular interesse para os reguladores, explica a reportagem, ressaltando que para negócios maiores, a Comissão Europeia pode multar as empresas em até 10% do faturamento caso se precipitem em tal acordo, ou seja, passem a operar de forma conjunta cedo demais.

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