Imagem da matéria: Rede do Bitcoin volta a congestionar com 458 mil transações na fila de espera
Foto: Shutterstock

A blockchain do Bitcoin voltou a ficar congestionada. Nesta quinta-feira (21), já são cerca de 458 mil transações de Bitcoin esperando para serem adicionadas à rede pelos mineradores, de acordo com dados do meempool.space. Com reflexo disso, os novos blocos estão entrando na blockchain com quase 100% de sua capacidade preenchida com transações.

As informações postadas no perfil Wu Blockchain, do jornalista Colin Wu, se baseiam nos dados do indexador Dune, que mostram o nível de ocupação dos blocos da rede Bitcoin. Na imagem abaixo, é possível ver que desde 2017, a blockchain teve momentos de ocupação completa, mas que em 2023 os blocos 100% cheios viraram o padrão.

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Fonte: Dune.coim/@dataalways

O congestionamento da rede do Bitcoin ganhou força em 2023 por conta da popularização da tecnologia Ordinals, que permitiu que a onda de NFTs e memecoins chegassem na blockchain do BTC através das “inscrições” de satoshis.

A lógica é criar NFTs dentro da blockchain do Bitcoin, o que antes era impossível. Com isso os blocos passaram a absorver milhares de inscrições que antes não eram feitas.

No dia 7 de maio, o Bitcoin passou por um final de semana de números históricos: a rede superou pela primeira vez a barreira de 400 mil transações não confirmadas na mempool e as taxas de transações saltaram 60% em menos de sete dias, indo de US$ 4,40 para US$ 6,90 conforme apontavam dados do Mempoool Space.

Porém, em relação a preços, a atual onda não chega nem perto da ocorrida em maio: as transações mais caras no momento, classificadas como de “Prioridade Alta”, estão em US$ 0,81.

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O congestionamento atual do BTC

As inscrições estão mais uma vez sendo apontadas como a causa para o congestionamento desta quinta da rede do Bitcoin. O analista líder da Glassnode, James Check (@_Checkmatey_), indica que as inscrições, e especificamente as baseadas em texto, representam atualmente 50% a 60% das transações confirmadas.

Apesar disso, elas ocupam apenas cerca de 10% do tamanho do bloco (em bytes) e representam cerca de 20% das taxas de transação pagas.

“Em muitos aspectos, isto demonstra que as Inscrições não precificam as transferências monetárias. Mais de 80% do bloco está realmente cheio de transferências monetárias, apesar de o seu número ter diminuído significativamente”, diz o analista. “As inscrições preenchem o vazio deixado pelo espaço de bloco vazio e o fazem há 5 meses.”

Tamanho do bloco é sempre uma questão

Os blocos da rede do Bitcoin tem um megabyte de tamanho (um milhão de bytes), e uma transação simples ocupa uma faixa de 200 bytes a 20.000 bytes. Essa equação permite que cada bloco contenha milhares de transações. 

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Mas o tamanho do bloco sempre foi um debate. Uma parte da comunidade acredita que um megabyte é um espaço insuficiente para a escalabilidade do Bitcoin.

A questão gerou o primeiro grande cisma no mundo cripto em 2017, quando parte da comunidade tentou aprovar uma mudança para que os blocos passassem a ter oito megabytes de tamanho. A alteração foi rejeitada, e o projeto de blocos maiores virou o Bitcoin Cash (BCH).

Na explosão de atividade em maio deste ano, reportagem do Portal do Bitcoin mostrou que o número médio de transações por bloco de Bitcoin dobrou de 2 mil para 4,3 mil transações por bloco.

O aumento na atividade da rede foi motivada principalmente pela popularização dos tokens BRC-20, criados através da tecnologia Ordinals, na blockchain do Bitcoin. Esses tokens são criados utilizando a teoria ordinal, baseada na inscrição de arquivos de texto JSON na blockchain.

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