Recusando oferta de ajuda
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A corretora FTX, do bilionário Sam Bankman-Fried, pode ter sido considerada como a salvadora de empresas em meio ao inverno cripto, mas na mais recente reviravolta em suas aquisições em série, a empresa foi acusada de oferecer um preço baixo demais em um de seus resgates.

A Voyager Digital, credora cripto em processo de recuperação judicial, chamou o acordo de resgate proposto pela FTX de “oferta baixa de resgate fingindo ser um cavaleiro andante salvador”, em documentos enviados ao Tribunal de Falências no Distrito Sul de Nova York no domingo (24).

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A Voyager alega que a proposta em conjunto feita pela FTX e Alameda, a outra empresa de Bankman-Fried, foi “criada para gerar publicidade para si em vez de valor para os clientes da Voyager”.

A credora também afirma que a forma como a proposta foi feita, via um comunicado público de imprensa, poderia prejudicar um processo distinto de oferta pelos ativos da empresa, que está acontecendo de forma privada.

 “A proposta da AlamedaFTX (sic) não é nada além de uma liquidação de criptomoedas de uma forma que beneficie a AlamedaFTX”, alegam os documentos.

A Voyager entrou com um pedido de recuperação judicial no dia 5 de julho e, ao mesmo tempo, apresentou um plano de como reorganizar a empresa e devolver dinheiro aos investidores.

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Mas também está explorando propostas alternativas por meio de discussões com mais de 80 investidores externos e pediu por indicações de interesse de possíveis compradores até esta sexta-feira (29).

Recuperação judicial da Voyager

No novo documento, a Voyager destaca diversos problemas que possui com a proposta da FTX e da Alameda, incluindo a alegação de que a proponente “abertamente menosprezou” a Voyager e incluiu afirmações em seu comunicado de imprensa que são, “na melhor das hipóteses, bem enganosas”.

Um ponto crucial é a afirmação da Alameda e FTX de que os clientes da Voyager devem receber uma quantia fixa com base no valor que havia em suas carteiras no dia 5 de julho, quando a corretora entrou com um pedido de recuperação judicial do tipo “Chapter 11” — para manter a empresa operando e pagar os credores ao longo do tempo.

Mas a Voyager discordou dessa premissa, afirmando que seu próprio plano de reestruturação da empresa não limita os pedidos dos clientes dessa maneira.

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O acordo de resgate também eliminaria o próprio token VGX da plataforma, que a Voyager estima que iria destruir US$ 100 milhões imediatamente.

Outras questões apresentadas incluem a tributação a clientes que desejam realizar saques, bem como a confusão com o fato de que a FTX alega que a marca Voyager não possui valor independente, mas gostaria de obter um desconto por seu preço de aquisição se a marca for vendida para outra pessoa.

FTX salva o mercado de criptomoedas

A Voyager é uma dentre diversas empresas cripto que a FTX esteve de olho em meio à queda do mercado. Em junho, adquiriu a corretora canadense Bitvo e, atualmente, está no processo de adquirir a credora BlockFi.

Bankman-Fried falou sobre a “responsabilidade” da FTX em estabilizar o ecossistema cripto ao intervir quando for possível — um conceito que também foi mencionado na proposta da FTX em adquirir os ativos e os empréstimos da Voyager.

Em um documento que destaca os benefícios da transação proposta, a Alameda e FTX afirmaram que era de seu interesse mostrar que “negócio cripto pode ser solucionado assim como outras instituições financeiras”, gerando confiança em cripto como uma classe de ativos.

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Em uma resposta no Twitter ao mais recente documento judicial da Voyager, Bankman-Fried caracterizou as objeções à oferta da FTX como “o desfile de ‘por favor, nos dê uma desculpa para cobrar mais taxas pela propriedade’”.

Bankman-Fried também acrescentou que a oferta foi motivada por um desejo de fazer com que clientes obtivessem seu dinheiro de volta antes de que este sumisse no processo de recuperação judicial:

Então o que está acontecendo na Voyager?

Bom, muitas partes estavam tentando ofertar US$ 0,10 pelos ativos.

Se um cliente tinha US$ 100 na plataforma, um terceiro pagaria US$ 10 pela quantia, obtiver quaisquer fundos que tivessem sobrado (talvez US$ 75) para que o cliente recebesse US$ 10 de volta…

Enquanto isso, os consultores da Voyager iriam remover rapidamente os fundos restantes ao cobrar taxas todo mês do processo de recuperação judicial.

Isso não nos parecia ser a coisa certa. Clientes já perderam ativos. Não queríamos que eles perdessem mais.

A Voyager pediu que possíveis compradores sinalizem seu interesse até a próxima sexta-feira para que possa determinar se existe uma melhor alternativa para seu próprio plano.

Em sua proposta, a FTX afirmou que não vê problemas em esse processo continuar junto com as discussões de sua própria oferta pelos ativos da Voyager e que a credora pode decidir se irá assinar o acordo com base em quais outras ofertas forem recebidas.  

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Se a Voyager mudar de ideia e decidir seguir com a FTX, então o acordo poderá ser finalizado neste fim de semana, de acordo com o cronograma inicial da FTX.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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