Quanto de bitcoin eu posso ter em minha carteira?

Especialista dá dicas ao investidor arrojado e ao conservador
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Como planejadora financeira certificada há mais de dez anos, sempre tenho acompanhado a evolução do mercado financeiro e trabalhado para democratizar a educação financeira e o acesso a bons investimentos para todas as pessoas. Posso dizer, sem exagero, que fiz do empoderamento financeiro uma bandeira que carrego para a minha vida.

Nesse cenário, é com muito interesse que acompanho a realidade atual do mercado, com as criptomoedas e outros ativos digitais de modo geral, ganhando cada vez mais espaço na carteira dos investidores e virando assunto em diversas rodas de conversa.

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Hoje, perguntar se as criptomoedas são algo passageiro nem me parece fazer sentido. Basta ver o valor de market cap do bitcoin atualmente, que supera a marca de US$ 1 trilhão e já se aproxima do valor de todo o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

Assim, uma pergunta que recebo (e muito!) dos meus clientes na ParMais e que achei pertinente trazer para a minha primeira coluna no Portal do Bitcoin é sobre qual o percentual de criptomoedas e outros ativos digitais é possível ter em uma carteira bem diversificada.

Sendo direta: isso depende. Depende da sua tolerância à volatilidade, da quantidade de pessoas que dependem financeiramente de você, da estabilidade que você tem (ou não) com suas fontes de renda atuais, entre vários outros fatores que precisam ser analisados com calma e por um profissional no assunto.

Além disso, existe também uma grande confusão que as pessoas fazem, colocando ativos com perfis muito distintos na mesma cesta “cripto”. Uma moeda com liquidez e reconhecida no mercado como o bitcoin, por exemplo, se difere — e muito — de protocolos que acabaram de surgir e não sabemos como irão se comportar.

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Investidor arrojado e o conservador

A compra de NFTs (Non-Fungible Tokens), atrelados a obras de arte, por sua vez, se enquadra em uma categoria totalmente diferente quando fazemos um balanço patrimonial. O mesmo vale para os famosos tokens de precatórios, que na nossa opinião se encaixam na categoria de investimentos em renda fixa, na hora de organizar os bens de uma pessoa.

No caso desses ativos, uma das métricas  que precisamos olhar com atenção é a liquidez de cada um desses bens, uma vez que pode ser fundamental manter uma parcela relevante do patrimônio em ativos mais líquidos, ou seja, que você possa acessar com rapidez.

Isso tudo dito, quando falamos em criptomoedas especificamente, na metodologia de gestão da ParMais acreditamos que o investidor mais arrojado pode alocar até 18% de seu patrimônio (excetuando nessa conta o valor de sua reserva de emergência) nesse tipo de moeda, concentrando especialmente em Bitcoin e Ethereum. Já para o investidor extremamente conservador, o ideal é não se expor a estes ativos.

Nesse cenário, acreditamos que investimentos mais arriscados  — em moedas que estão surgindo — não estão descartados de uma carteira, mas devem ser limitados a um percentual pequeno para evitar grandes perdas que afetem o seu padrão de vida, exceção feita para investidores profissionais, que, surfar na onda de novas moedas pode fazer sentido.

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Sobre a autora

Annalisa Blando é planejadora financeira certificada pela Planejar (CFP) e fundadora e CEO da ParMais, a primeira Wealth Management Tech do Brasil. Também é líder do grupo Mulheres do Brasil em Florianópolis.