Projeto da Inmetro estuda dar criptomoedas para motoristas que compartilham dados sobre uso de carros

Ideia é estimar o consumo energético dos automóveis em condições de uso e gerar informações para os setores da indústria automobilística
Imagem da matéria: Projeto da Inmetro estuda dar criptomoedas para motoristas que compartilham dados sobre uso de carros

Shutterstock

O Inmetro anunciou o lançamento de um projeto que pretende usar criptomoedas e blockchain para fomentar a construção de uma base de dados sobre o uso da frota de veículos do Brasil.

O plano é utilizar dados veiculares e inteligência artificial para estimar o consumo energético dos automóveis em condições de uso e gerar a partir daí informações para diversos setores da indústria automobilística.

Publicidade

O uso de cripto é para monetizar os motoristas que mantiverem seus dados atualizados no sistema. A blockchain entra como recurso para o registro e envio desses pagamentos. A entidade estatal não detalhou se os benefícios serão em um token próprio ou uma criptomoeda já existente. 

“É possível criar modelos de negócio em que o condutor que compartilha as informações colhidas de seu veículo é recompensado com cripto créditos em uma plataforma blockchain”, afirma Wilson Souza de Mello, membro do Laboratório de Informática do Inmetro.  

O servidor explica que o cidadão poderá pegar esse conjunto de informações sobre o próprio carro e “negociar com empresas interessadas nas informações, sejam elas montadoras, seguradoras, distribuidoras de combustível, concessionárias de estradas, entre outras”. 

Segundo o comunicado oficial do Inmetro, as informações que o motorista irá monetizar serão coletadas usando dados reais e inteligência artificial para estimar, com menor incerteza, o consumo energético dos automóveis em condições de uso do dia a dia, e seu comportamento em diferentes situações, algo difícil de se conseguir apenas com ensaios em laboratório, por exemplo. 

Publicidade

Esse sistema será desenvolvido em parceria com as universidades federais do Rio Grande do Norte e da Paraiba (UFRN e UFPB) e foi contemplado com recursos financeiros do Programa Rota 2030, denominado “Descarbonize.ai: Sistema Integrado para Análise, Monetização e Descarbonização do Tráfego Veicular”. 

O projeto tem duração de 24 meses, e conta com recursos coordenados pela Fundação de Desenvolvimento de Pesquisa (Fundep). Ao final será entregue um protótipo que será disponibilizado à indústria nacional por meio de transferência de tecnologia.