Há uma lacuna de gerações no setor cripto. Em maio, uma pesquisa feita pelo Mastercard revelou que millennials são mais interessados do que qualquer outra geração em aprender sobre criptomoedas.
Para capitalizar com o entusiasmo juvenil por criptomoedas, a BitDAO (gestora descentralizada com US$ 2,5 bilhões de ativos sob gestão) e a investidora de tokens, Mirana Ventures, formaram uma nova organização autônoma descentralizada (DAO) que atende universitários: EduDAO.
A DAO é composta de diversas organizações de pesquisa de alunos e de campi nos EUA, Reino Unido e na China, incluindo o Berkeley Center for Responsible, Decentralized Intelligence; Blockchain em Berkeley; Blockchain em Michigan; Blockchain@USC; Harvard Blockchain Club; MIT Sloan Blockchain Club; Oxford Blockchain Society; Penn Blockchain; e Tsinghua University Students Blockchain Association.
DAOs se destacaram como uma forma popular de arrecadar fundos rapidamente para diversos propósitos e causas. São comunidades on-line em que membros usam um token para votar e tomar decisões de gestão.
BitDAO, que arrecadou seus bilhões por meio da gestão de criptoativos, planeja alocar US$ 11 milhões anualmente à EduDAO para que os grupos membros possam realizar pesquisa e desenvolver inovações em blockchain.
O conceito da EduDAO veio de John Allen, sócio-gerente da Mirana Ventures. “A ideia é criar entidades autônomas, como EduDAO, em que a BitDAO ajuda a identificar especialistas motivados em um domínio específico”, disse Allen ao Decrypt via e-mail.
“Estabeleça um mandato e uma estrutura, capitalize-a e deixe que essa entidade autônoma faça o que achar melhor”, acrescentou.
Allen afirma que, para gerenciar o risco, fundos serão distribuídos em intervalos de seis meses; se detentores da BitDAO não acharem que a DAO está atingindo as expectativas, podem votar para suspender o financiamento.
BitDAO afirma que, em troca do financiamento, membros da EduDAO irão participar dos votos de governança da BitDAO para determinar o desenvolvimento do protocolo.
Também irão compensar a própria BitDAO ao desenvolver ferramentas de governança ou tesouraria, ou ao contribuir com outros projetos da BitDAO que receberem financiamento.
Embora DAOs exijam um token para funcionarem, Allen sugeriu que a EduDAO poderá implementar uma carteira multisig, exigindo que múltiplos membros do grupo usem suas chaves privadas para assinar despesas.
União entre universidade e o meio cripto
EduDAO afirma que o objetivo é fornecer a grupos universitários um alcance maior, permitindo a inovação blockchain por meio do financiamento e fomentando a colaboração e a informação.
A pesquisa da EduDAO será compartilhada entre as universidades participantes e o público por meio do protocolo BitDAO.
Embora o objetivo a curto prazo seja financiar inovação nas universidades, Allen afirmou que o objetivo a longo prazo é democratizar a educação para que não importe qual universidade um aluno esteja matriculado ou em qual localização física esteja; tudo que ele precisará será acesso a uma conexão básica à internet e o desejo de aprender.
“Esperamos fornecer recursos e estrutura para ajudar qualquer pessoa de qualquer lugar a ir de 0 a 1 e conseguir interagir com blockchain e Web3 de forma significativa”, afirmou Allen.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.