Imagem da matéria: Regulador dos EUA diz que criptomoedas são “ameaça à segurança nacional" após colapso da FTX
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As criptomoedas podem ser uma ameaça à segurança nacional dos EUA e mais regulamentação é necessária no espaço, disse na quinta-feira (1º) o presidente da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), Rostin Behnam.

Quando Behnam fez o pronunciamento, ele estava sendo interrogado por senadores sobre a falta de regulamentação no espaço na primeira audiência de supervisão do Congresso após a queda da exchange de criptomoedas FTX e seu fundador, Sam Bankman-Fried.

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A FTX era uma das maiores e mais populares exchanges de criptomoedas do mercado até ruir no começo de novembro. Agora está ficando claro como a liderança da empresa administrou mal a corretora e suas entidades relacionadas e foi opaca sobre suas operações, o que levou a uma falência notavelmente rápida — e à perda de bilhões de dólares em ativos de clientes.

Behnam disse que as criptomoedas eram “potencialmente uma ameaça à segurança nacional” quando o senador Roger Wayne Marshall, que descreveu o espaço como uma “bomba nuclear explodindo”, perguntou sobre ativos digitais sendo usados por criminosos.

Conversando com membros do comitê de Agricultura do Senado, Behnam acrescentou que os ativos digitais existirão mesmo que o governo dos EUA queira bani-los do solo americano — observando que, apesar dos regulamentos e restrições conhecidos como geofencing (cerca geográfica, na tradução livre), 2% dos clientes FTX eram dos EUA, uma empresa com sede nas Bahamas que proibiu os residentes dos EUA de usar seus serviços.

“Isso não deveria acontecer”, disse ele. “As pessoas encontrarão uma maneira de obter exposição a entidades e atividades offshore, mesmo que sejam proibidas nos EUA – e temos que fazer algo sobre isso.”

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CFTC de olho nas criptomoedas

Behnam disse aos legisladores que sua agência precisa ter o poder de escrever regras e supervisionar o trade de criptomoedas – incluindo impedir que as exchanges tenham entidades afiliadas que negociam com clientes na plataforma.

Parte da queda da FTX deveu-se ao suposto uso do dinheiro do cliente (sem que eles soubessem) para fazer apostas por meio da Alameda Research, uma empresa comercial também criada pelo ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried. 

A Alameda negociou na FTX, na verdade apostando contra seus próprios clientes, e ainda assim tinha permissões especiais na plataforma que a impediam de ser liquidada na FTX, de acordo com o recém-nomeado CEO John J. Ray (o mesmo Ray que supervisionou a liquidação da Enron).

Em outras palavras, a Alameda supostamente usou o dinheiro dos clientes da FTX para negociar contra os clientes da FTX, jogando o jogo de acordo com suas próprias regras.

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“Precisamos de registro de exchanges; precisamos de vigilância da atividade do mercado; precisamos de relacionamentos diretos com os custodiantes que estão segurando o dinheiro do cliente, para que possamos proibir e impedir que movam dinheiro que não seja da casa”, acrescentou Behnam.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.co.

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