Por que o halving do Bitcoin acontecerá mais cedo do que o esperado

O halving está programado para ocorrer em uma altura de bloco exata — não em uma data
ilustração moeda de bitcoin

Imagem criada por Decrypt usando IA

Fluxos altíssimos de ETFs de Bitcoin e várias altas de preços significam que o próximo halving do Bitcoin está projetado para ocorrer em 15 de abril — e não no dia 20 de abril, como era a previsão até então.

Essa pode até ser uma má notícia para os fãs de memes que gostaram da ideia de comemorar o halving e sua simpatia por cannabis no mesmo dia (20 de abril ou 4/20). Mas também é uma boa notícia e uma indicação reveladora do sentimento dos traders.

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Há apenas um mês — nada menos que no Dia dos Namorados — já entretinha os investidores a situação hipotética, muito amigável aos memes, de que o Bitcoin poderia chegar a US$ 69 mil e ter seu halving acontecendo na data 4/20. O Bitcoin atingiu a meta de preço em 5 de março.

Mas por que o halving foi adiantado em alguns dias? Isso se deve ao espaço finito de blocos da rede Bitcoin e ao fato de que o halving está programado para ocorrer na altura do bloco 840 mil — ou depois que a rede tiver processado 840 mil blocos de transações. No momento em que este artigo foi escrito, a rede BTC estava em uma altura de bloco atual de 834,194.

Cada bloco da rede Bitcoin tem espaço para cerca de 2.700 transações. Portanto, quando há muitas transações sendo processadas na rede — como quando há um novo recorde histórico, uma queda repentina após essa alta, uma das maiores exchanges quebra, então o BTC estabelece outro recorde histórico e depois outro — a rede tem mais transações para processar do que o normal.

Para fins de contexto, até 14 de fevereiro, o volume médio diário de BTC era de US$ 24 bilhões, de acordo com dados do CoinGecko. Obviamente, o volume foi muito maior em 11 de janeiro — aproximadamente US$ 52 bilhões — quando nove novos candidatos ao ETF Bitcoin à vista começaram a negociar nos EUA.

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As coisas se acalmaram depois, quando o Bitcoin sofreu uma grande pressão de queda porque os fundos estavam sendo retirados do Grayscale Bitcoin Trust (GBTC). Da forma como funciona um ETF lastreado em Bitcoin, quando os investidores resgatam suas ações, o emissor lhes dá dinheiro e depois vende o BTC que estava lastreando as ações.

No final de janeiro, o analista do JP Morgan, Nikolaos Panigirtzoglou, estimou que o GBTC havia registrado saídas no valor de US$ 4,3 bilhões desde que foi convertido em um ETF de Bitcoin à vista.

Mas desde meados de fevereiro, o volume médio diário subiu para US$ 40 bilhões em BTC. Se analisarmos o volume médio diário desde o início de março, quando o Bitcoin começou a se movimentar para estabelecer um novo recorde histórico pela primeira vez desde 2021, o valor é de mais de US$ 52 bilhões. A grande diferença é a quarta-feira (6) — o dia seguinte à notícia inicial da ATH na semana passada — quando cerca de US$ 1 trilhão em Bitcoin mudou de mãos em um único dia.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.