A liquidez das criptomoedas das cidades de Miami e Nova York está tão baixa que a corretora Okcoin decidiu removê-las de sua plataforma, na tentativa de proteger os usuários de manipulações de preço.
“A liquidez limitada para essas moedas criou a possibilidade de atividades fraudulentas. Como resultado, suspenderemos a negociação até que possamos abordar esses riscos potenciais e proteger nossos clientes”, justificou a Okcoin em nota que anunciou a remoção das moedas NYCCoin (NYC) e MiamiCoin (MIA) da plataforma na semana passada.
A principal preocupação da corretora ao tomar essa ação é que terceiros mal-intencionados possam “manipular preços, lavar fundos roubados e perpetrar outras fraudes” — embora nenhum desses riscos tenha ocorrido até o momento. Com essa medida, a Okcoin disse estar se antecipando para evitar qualquer possível má conduta.
A exchange acrescentou que a negociação da dupla de tokens permanecerá suspensa até ser capaz restaurá-la com segurança, “mas não sabemos quando isso será possível”. Por enquanto, os usuários com essas criptomoedas podem sacá-la da plataforma para negociar na exchange descentralizada ALEX.
Antes de tomar essa decisão, a Okcoin disse que entrou em contato com market makers profissionais na tentativa de melhorar a liquidez dos tokens NYC e MIA. “No entanto, ficou claro que os esforços para adicionar liquidez levariam tempo, deixando-nos com a suspensão da negociação como último recurso”, explicou.
A medida sinaliza um futuro incerto para os tokens de Miami e Nova York, uma vez que ambos não foram capazes de se reerguer das fortes quedas de preço do ano passado em meio ao inverno cripto, nem conquistar listagens em outras plataformas.
Até então, a Okcoin era a única exchange centralizada que oferecia o trade de NYC e MIA. Com a suspensão dos ativos na plataforma, a liquidez das moedas tende a cair ainda mais daqui para frente.
Início do fim?
A NYCCoin e MiamiCoin foram criadas pelo projeto CityCoins e receberam apoio explícito das prefeituras de Nova York e Miami. O prefeito de Nova York, Eric Adams, deu sua “benção” para NYCCoin em novembro de 2021, pouco depois de o prefeito de Miami, Francis Suarez, dizer que a MiamiCoin poderia gerar milhões em receita para a cidade.
“É como um Bitcoin”, disse Suarez em 2021 ao anunciar a parceria com a CityCoins. “Sempre que essa moeda é minerada, uma porcentagem da moeda em virtude da programação vai para a cidade de Miami. Na verdade, são 30% do que é extraído, 70% irão para os mineradores. Miami se beneficiará do uso da MiamiCoin e da marca que está associada a ela.”
No seu melhor momento, a moeda até conseguiu entregar o prometido, gerando US$ 8 milhões em receita para a cidade em apenas dois meses. Mas a boa fase não se sustentou por muito tempo.
Em maio de 2022, o preço da MiamiCoin já desabava 90% da sua máxima histórica, colocando em xeque os planos da cidade com a criptomoeda.
A queda desastrosa foi até mesmo repercutida na época pelo economista Paul Krugman, vencedor do prêmio Nobel. Em sua coluna no jornal The New York Times, o economista apontou o derretimento da MiamiCoin como um de diversos fatores que mostram um cenário pessimista para as criptomoedas – Krugman tem uma postura fortemente crítica quanto a estes ativos.
No dia 19 de setembro de 2021, a Miami Coin atingiu o valor de US$ 0,0516. Já em maio do ano passado, era negociada por apenas US$0,005457, mostrava o CoinMarketCap na época. Agora, nem mesmo o popular agregador de preços consegue determinar a cotação do ativo, informando que os dados do mercado da criptomoeda não são mais rastreáveis.
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