Polícia faz batida em empresa suspeita de promover pirâmide financeira de R$ 700 milhões em São Paulo

MSK Invest prometia ganhos fixos de 5% ao mês supostamente vindos de investimentos em criptomoedas
Ambiente interno de um dos escritórios da MSK Invest

Ambiente interno de um dos escritórios da MSK Invest (Foto: Reprodução)

A Polícia Civil de São Paulo mobilizou vários agentes na quinta-feira (18) para cumprir 19 mandados de busca e apreensão em escritórios da MSK Invest, empresa suspeita de promover uma pirâmide que prometia ganhos fixos de 5% ao mês supostamente vindos de investimentos em criptomoedas. De acordo com as investigações, o prejuízo às milhares de vítimas é estimado em cerca de R$ 700 milhões. 

Segundo reportagem do Jornal Nacional (JN) da TV Globo na noite de ontem, o objetivo da operação era recolher mais provas do esquema e então enviá-las à justiça, que por sua vez pode bloquear bens e valores dos envolvidos para começar a ressarcir as vítimas.

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Pelo menos dois endereços próximos à capital paulista foram alvo dos policiais civis; um deles fica na Avenida Paulista, outro na Zona Oeste do Estado. Os dois endereços são citados em um inquérito cujas investigações identificaram várias entidades fantasmas. Somente pelo escritório da Paulista foram movimentados mais de R$ 700 mil nos últimos anos”, revela o JN.

De acordo com o delegado do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), José Mariano de Araújo Filho, descreve o JN, o dinheiro dos novos entrantes da MSK Invest era utilizado para pagar os mais antigos, prática que  caracteriza um esquema de pirâmide financeira.

“Empresas que necessitavam lavar dinheiro, aportavam dinheiro lá, compravam criptomoedas que depois eram desviadas e sabe-se lá para onde elas iam”, disse Filho.

Para o advogado Sérgio Paulo Camargo Tarcha, que defende  a MSK Invest, não houve irregularidades. “Crime não houve, nem de pirâmide, nem de lavagem de dinheiro, muito menos estelionato. Muitas pessoas foram lesadas e haveremos de ressarci-las”, disse ele à reportagem.

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O delegado Filho, porém, já obteve autorização judicial para a quebra do sigilo bancário e fiscal da empresa e dos principais sócios, segundo uma publicação da Folha em julho passado.

MSK Invest suspeita de pirâmide

As reclamações contra a MSK no Procon, órgão de defesa do consumidor de São Paulo, saltaram de 39 para 1.159 desde 2021, e os valores cobrados somam mais de R$ 200 milhões. Nos últimos oito meses no Reclame Aqui também foram registradas várias queixas contra a empresa.

Em fevereiro deste ano, Glaidson Rosa — que é sócio no negócio com Carlos de Luca, segundo formulário da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse que a MSK não iria honrar com os compromissos assumidos em um acordo celebrado com o órgão.

O acordo entre Procon e MSK Invest previa que o reembolso seria feito em cinco parcelas, com início no dia 30 de janeiro. Se a empresa não cumprisse, seria aplicada uma multa de R$ 2 milhões. 

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E foi o que aconteceu. No dia 31 de janeiro, o Portal do Bitcoin conversou com um advogado que atende seis pessoas e nenhuma havia recebido alguma parcela.

Àquela altura, a Justiça de São Paulo já havia feito um pedido de bloqueio de R$ 100 mil da empresa MSK Invest, além de apontar indício de má-fé e de tentativa de não cumprir contratos com clientes.

A Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para apurar se a MSK montou um esquema de pirâmide financeira e também mobilizou seus agentes da Divisão de Crimes Cibernéticos para investigar onde foram parar os fundos dos clientes.

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