Polícia do Paraná prende acusado de roubar R$ 30 milhões em golpe com criptomoedas

As autoridades brasileiras pediram ajuda da Interpol para prender outro dois sócios do esquema foragidos no Canadá
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Foto: Shutterstock

A Polícia Civil do Paraná prendeu na quarta-feira (23) um homem que fazia parte de um grupo criminoso acusado de aplicar golpes de criptomoedas em centenas de investidores.

A estimativa é que a empresa, que não teve seu nome divulgado, deu um prejuízo de R$ 30 milhões em pessoas que acreditavam que seus aportes seriam investidos em criptomoedas. Na realidade, a promessa de investimento era uma farsa e o dinheiro das vítimas era apropriado pelos golpistas.

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“A PCPR apurou que os indivíduos usavam o dinheiro das vítimas para os investimentos em criptomoedas e não repassavam a rentabilidade dos valores a elas”, diz a nota divulgada pela Polícia Civil.

A operação deflagrada ontem cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Curitiba, onde o grupo estava baseado, e também em Criciúma (SC).

As autoridades tinham três alvos principais na operação, mas conseguiram prender apenas um dos acusados na capital paranaense. Os outros dois golpistas, segundo a investigação da PCPR, estão foragidos no Canadá.

Para aumentar as chances de conseguir prender a dupla, as autoridades brasileiras solicitaram a inclusão dos nomes na lista vermelha da Interpol.

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Ao Portal do Bitcoin, a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Paraná informou que durante a operação nenhum valor em criptomoeda foi apreendido, apenas celulares e documentos.

Cobrança das vítimas

De acordo com o G1, a empresa pela qual os golpistas atraiam as vítimas ao esquema, não tinha autorização para operar no mercado.

O delegado Guilherme Dias, responsável pelo caso, afirmou que “nenhum centavo” dos R$ 30 milhões captados foram investidos na bolsa de valores porque a empresa não tinha autorização para operar no mercado de valores imobiliários. 

“Nós temos indícios de que estes valores, na verdade, eram transferidos para os sócios, que usufruíam desse dinheiro, e o restante era encaminhado para retroalimentar a pirâmide”, contou o delegado ao veículo.

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Dias relatou que os clientes pareciam demonstrar confiança no esquema no início, fazendo investimentos que variavam entre R$ 100 e R$ 300 mil.

Ao que tudo indica, a empresa parou de pagar os supostos rendimentos aos clientes na metade de 2021. Mensagens divulgadas pelo G1 mostram que em junho do ano passado as vítimas começaram a cobrar os pagamentos da empresa.  

“O que eu preciso é de uma data. Estou bem inseguro e vocês não estão cumprindo o contrato”, escreveu uma vítima aos sócios do esquema no WhatsApp. Dias depois, recebeu uma resposta da empresa afirmando que ninguém teria prejuízo e que eles estavam “trabalhando normalmente para entregar o melhor resultado para nossos clientes”.

A promessa, no entanto, nunca foi cumprida.