A unidade de cibersegurança da polícia de Israel anunciou nesta terça-feira (10) que congelou várias contas de criptomoedas vinculadas ao Hamas dentro da corretora Binance.
A iniciativa foi realizada em coordenação com o Ministério da Defesa, a Agência de Segurança de Israel e outras agências de inteligência nacionais. Isso faz parte das medidas tomadas após os ataques mortais realizados pelo Hamas contra Israel desde sábado.
A exchange de criptomoedas auxiliou as autoridades israelenses na identificação e desativação das contas associadas.
” A Binance colabora ativamente com agências de aplicação da lei e reguladores globais, unidos na missão de combater o financiamento do terrorismo “, disse um porta-voz da Binance ao Decrypt.
“Nos últimos dias, nossa equipe trabalhou em tempo real, 24 horas por dia, para apoiar os esforços contínuos de combate ao financiamento do terrorismo. Estamos comprometidos em garantir a segurança não apenas do ecossistema blockchain, mas também da comunidade global, por meio de nosso trabalho proativo.”
De acordo com o comunicado da polícia, essas contas foram criadas pelo Hamas e estiveram ativas na arrecadação de fundos por meio de várias plataformas de rede social desde sábado.
A Unidade de Cibersegurança da Polícia de Israel também colaborou com a polícia britânica para congelar uma conta do Barclays Bank no Reino Unido, à qual o Hamas havia se referido diretamente para doações.
O uso de criptomoedas pelo Hamas
O uso de criptomoedas pelo Hamas e outros grupos terroristas não é inédito. O Hamas iniciou pela primeira vez um apelo para doações em criptomoedas em fevereiro de 2019 para evitar sanções internacionais.
Uma investigação da Reuters de maio passado destacou que, a partir de 2021, as autoridades israelenses haviam imobilizado quase 190 contas de criptomoedas na Binance.
Uma parte significativa delas pertencia a empresas palestinas que tinham ligações com o Hamas.
A empresa de análise blockchain, Chainalysis, também indicou que, ao longo dos anos, o Hamas conseguiu arrecadar dezenas de milhares de dólares por meio de criptomoedas.
No entanto, em abril deste ano, o braço militar do Hamas, as Brigadas Al-Qassam (AQB), anunciou o encerramento de seu programa de doações em criptomoedas. Eles citaram os esforços bem-sucedidos do governo em identificar e processar doadores.
Algumas semanas depois, em junho, o governo israelense anunciou que havia apreendido US$ 1,7 milhão em criptomoedas de contas vinculadas ao Hezbollah e à elite da Guarda Revolucionária paramilitar iraniana, a Força Quds.
Os Estados Unidos designaram esses dois grupos como organizações terroristas e os bloquearam do sistema financeiro global tradicional.
A operação naquela época marcou “um precedente ao expor a fonte de financiamento do terrorismo por meio de moedas digitais”, como afirmou o então Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant.
Diante dos ataques contínuos contra Israel, líderes da comunidade de criptomoedas local lançaram o Crypto Aid Israel, uma iniciativa que busca arrecadar criptomoedas para ajudar cidadãos deslocados devido ao conflito.
O Crypto Aid Israel supervisiona uma carteira multi-assinatura projetada para receber doações em diversas criptomoedas, como Bitcoin, Ethereum, USDT e USDC.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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