A Polícia Federal da Argentina (PFA) se mobilizou na segunda-feira (7) até a cidade de Santa Fé para cumprir um mandado de busca e apreensão na sede da Coinx World, uma suposta pirâmide financeira com criptomoedas apoiada por Javier Milei, atual candidato à presidência no país.
O deputado, que é visto como dono de um perfil de extrema direita, tem pontuado sua trajetória política com críticas ao Banco Central da Argentina e por pregar liberdade financeira por meio da adoção do Bitcoin.
De acordo com o site Infobae, o mandado expedido pelo juiz federal Ariel Lijo autorizava a busca por documentação, computadores e dinheiro ligados à Coinx World. No entanto, detalhes tanto da denúncia quanto das investigações estão sob sigilo absoluto. A PFA não publicou sobre o assunto.
Reguladores de olho na Coinx World
Contudo, constam pelo menos duas denúncias contra a Coinx World. Uma delas veio através da Comissão Nacional de Valores da Argentina (CNV), que em junho do ano passado proibiu a empresa e seu responsável, Juan Manuel Malaspina, de fazerem qualquer oferta pública de investimentos no país.
A agência deixou claro que a medida era para proteger o investidor, haja vista que as ofertas de investimentos com promessa de retornos mensais não tinham aval da entidade. Na ocasião, a Coinx se apresentava como “consultoria financeira” com oferta de “serviços de auxílio financeiro”.
Depois disso, Javier Milei foi intimado a comparecer na justiça para explicar seu envolvimento devido à citação de seu nome no processo de ação coletiva em um tribunal em Buenos Aires. Por trás da denúncia contra o suposto esquema de pirâmide, está o representante dos clientes da Coinx, o advogado Juan Pablo Chiesa.
Chiesa ganhou as páginas nos jornais argentinos ao atuar no caso ‘Generación Zoe’, uma pirâmide financeira que quebrou em 2021 deixando milhares de investidores na mão. No caso da Coinx World, eram oferecidos investimentos com retorno de até 8% ao mês.
Javier Milei promoveu Coinx World
Acerca da participação de Javier Milei na Coinx World, um post no Instagram em dezembro do ano passado mostra o parlamentar indicando o negócio.
“Tive o prazer de conhecer os escritórios da @coinx.world e sua equipe. Eles estão revolucionando a forma de investir para ajudar os argentinos a escapar da inflação. A partir de agora você pode simular seu investimento em pesos, dólares ou criptomoedas e obter lucro. Escreva para eles @coinx.world [e fale] de mim para que eles o aconselhem com o melhor!”, escreveu.
Por meio da ação coletiva, os investidores querem provar a participação do parlamentar na Coinx, bem como pedir à justiça que ele seja citado como “conjuntamente responsável” pelos prejuízos financeiros.
Em uma publicação do G1 no ano passado, Milei é descrito “economista ultraliberal”, que “se identifica com o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente [Donald] Trump”.
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