O que você ganha ao combinar conteúdo adulto com tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês)? OnlyFans.
Na quinta-feira (10), OnlyFans, uma plataforma que conecta criadores de conteúdo com assinantes pagantes, afirmou que, agora, seus usuários podem usar NFTs verificáveis no Ethereum como sua foto de perfil, segundo um artigo da Reuters.
Criadores que fizerem isso vão receber um símbolo do Ethereum para mostrar que são donos dos ativos.
NFTs são contratos de propriedade desenvolvidos em blockchain e, geralmente, ligados a imagens digitais. Tornaram-se um grande negócio em 2021 conforme celebridades os usam para expressar status e artistas encontram novas formas de monetizar seu trabalho.
Por exemplo, OpenSea, a maior plataforma de negociação de NFTs, está avaliada em US$ 13,3 bilhões, segundo as próprias estimativas da empresa após sua arrecadação “series C” (quantia concedida para que a empresa reforce suas operações e continuar crescendo).
A ideia de propriedade digital é fundamental a uma visão da Web 3 do mundo, em que redes descentralizadas permitem que pessoas negociem valor sem o controle de uma única entidade.
Mas também é importante para OnlyFans, empresa de Web 2 cujo modelo de negócio, às vezes, entra em conflito com o sistema financeiro tradicional.
“Nossa missão é dar autonomia a criadores para que dominem seu próprio potencial”, disse o CEO Amrapali Gan à Reuters. “Esse recurso é o primeiro passo para explorar o papel que NFTs podem ter em nossa plataforma.”
Após seu lançamento em 2016, OnlyFans se tornou um reduto para modelos adultos, muitos que desejam levar seu conteúdo diretamente para públicos e eliminar (pelo menos alguns) intermediários.
Assim como a plataforma Patreon, OnlyFans obtém uma parte da ação em troca do uso da plataforma. Mia Khalifa, ex-estrela da indústria de conteúdo adulto (e fã de dogecoin), e Blac Chyna, “entertainer topless” são algumas das criadoras que mais lucram no OnlyFans.
Mas o site trabalha para deixar de lado sua imagem pornográfica.
Em agosto, afirmou que iria banir “materiais sexualmente explícitos”, pondo a culpa em incômodos “parceiros bancários e fornecedores de pagamentos” (os mesmos grupos que começaram a suspender fundos ao Pornhub em 2020). Após críticas, suspendeu a proibição.
No entanto, a empresa, liderada por Gan em dezembro após trabalhar como diretor de marketing e de comunicações por 15 meses, está maximizando seu conteúdo que não foca em nudez.
Sua página no Twitter inclui sessões ao vivo do músico NEVRMIND, tutorais de cosplay e dicas de moda de um designer. É claro que ainda recorre ao apelo sexual com fotos e vídeos sugestivos.
Outra grande rede social já permite NFTs verificados como fotos de perfil: o Twitter levou os ativos ao seu site em janeiro. Enquanto isso, o Reddit está trabalhando em um recurso similar e o Instagram também está “ativamente explorando” NFTs.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.