Charles Hoskinson, o criador da criptomoeda Cardano (ADA), foi ao Twitter na madrugada desta segunda-feira (31) parabenizar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela vitória no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
“Parabéns pela sua vitória. Espero que o povo do Brasil prospere”, escreveu Hoskinson mencionando Lula, o primeiro brasileiro a ser eleito três vezes presidente da República.
Quando um usuário respondeu dizendo não acreditar que o país vai prosperar, o empresário se manteve esperançoso:
“Tudo o que podemos fazer é permanecer positivo. Eu sou um americano assistindo de longe. Eu gostaria que todos prosperassem. Temos uma grande comunidade no Brasil.”
Parabéns pela sua vitória. espero que o povo do brasil prospere. @LulaOficial
— Charles Hoskinson (@IOHK_Charles) October 31, 2022
Outra usuária cogitou que a vitória de Lula será positiva para os investimentos em cripto. “Sou uma detentora de ADA brasileira e apoio Lula. Agora vou ser capaz de segurar uma mala mais pesada.” “Bem, espero que o Brasil tenha um futuro brilhante”, respondeu Hoskinson.
Lula foi eleito pela terceira vez para a presidência da República em uma disputa acirrada com o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que obteve 49,1% dos votos válidos contra 50,9% do candidato do PT.
Foi a vitória mais apertada desde a redemocratização. Com 60,3 milhões de votos, Lula superou o próprio recorde do segundo turno de 2006, quando recebeu 58,2 milhões. Bolsonaro também conseguiu mais votos do que em 2018 (58,2 milhões agora contra 57,7 milhões quando foi eleito presidente).
O que a vitória de Lula significa para o mercado cripto
Com a vitória de Lula no segundo turno, os investidores acompanham a transição do governo para buscar pistas sobre o marco regulatório dos criptoativos – apesar do silêncio do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a derrota.
O resultado das eleições presidenciais no Brasil não afeta o preço do Bitcoin e de outras criptomoedas, que oscilam de acordo com a percepção global para investimentos em ativos de risco. Mas a agenda política e econômica do novo presidente será acompanhada de perto por investidores do setor no país.
Lula pode ter um aliado importante com uma visão favorável ao mercado de criptoativos: Henrique Meirelles. O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central passou a ocupar em setembro um dos assentos do conselho consultivo da maior corretora de criptomoedas do mundo, a Binance.
Outro ponto é o papel do Banco Central no novo governo. Por enquanto, nada muda, já que a autoridade monetária tem independência e Roberto Campos Neto vai continuar no comando até 2024. Depois disso, o chefe do Executivo deve indicar um novo presidente para o BC nos próximos anos. Campos Neto, que tem adotado políticas favoráveis à digitalização da economia, já avisou que não pretende se apresentar para um segundo mandato.
Um dos segmentos da indústria cripto que poderia deslanchar no mercado brasileiro com a regulação é a mineração de bitcoin, diz John Blount, CEO da FMI Minecraft Management. Em artigo no Portal do Bitcoin, Blount afirma que o Brasil tem grande potencial para a atividade, mas precisa se adequar às condições necessárias para concorrer com outros países.
Lei das criptomoedas
A expectativa do mercado também se volta para a aprovação ou não neste ano do Projeto de Lei nº 4.401, conhecido como Lei das Criptomoedas, que ainda aguarda o sinal verde da Câmara dos Deputados.
Mesmo se a Câmara não votar o PL neste ano, especialistas acreditam que a essência do projeto não será alterada, já que ambos os candidatos tinham propostas econômicas parecidas, como destacou Juliana Facklmann, diretora global de regulação da 2TM, dona do MB, no podcast Papo Cripto do portal Seu Dinheiro.
Para Facklmann, o investidor deve acompanhar, principalmente, os projetos de lei que estão em debate nos Estados Unidos e na União Europeia, como no âmbito de diretrizes para a prevenção à lavagem de dinheiro.
“As regras de PLDFT [Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo] que estão no PL de criptomoedas são uma tradução da determinação do G20. A gente já percebe que o regulador leu esse documento”, diz Facklmann.