Um P2P de Ontário, no Canadá, confessou a autoridades americanas ter negociado cerca de US$ 13 milhões em bitcoin sem recolher os impostos sobre as taxas cobradas por ele nas transações. De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA na sexta-feira (29), Hugo Sergio Mejia, de 49 anos, pode pegar até 24 anos de prisão por lavagem de dinheiro.
Segundo a publicação, Mejia, que atuava a partir do condado de San Bernardino, na Califórnia, usou várias empresas-laranjas para fornecer o serviço tanto para dentro como fora do país, o que vai de encontro às normas da FinCen (Financial Crimes Enforcement Network), entidade do Tesouro americano que controla transações financeiras a fim de combater a lavagem de dinheiro.
“Mejia anunciava seu negócio online e era encaminhado aos clientes de boca em boca, comunicando-se com eles por meio de serviços de mensagens criptografadas e os encontrando pessoalmente em cafeterias”, disse o DoJ sobre a confissão do acusado. As empresas usadas para mascarar a atividade, disse o órgão, foram a Worldwide Secure Communications LLC; a World Secure Data e a The HODL Group LLC.
P2P negociou com agente disfarçado
O acusado revelou detalhes que agravaram sua situação, como numa transação em março do ano passado com um agente a serviço da FinCen. Naquele mês, Mejia se encontrou com ele numa cafeteria em Irvine, também da Califórnia, e negociou 14.273 Bitcoin por US$ 82.150 em dinheiro mais taxas. Na ocasião, um bitcoin valia cerca de US$ 5 mil.
Segundo o DoJ, Mejia também revelou que o seu principal cliente era um comprador de metanfetamina na Austrália que comprava a droga ilícita a cada quatro a seis semanas e a vendia por cinco vezes mais do que o preço médio nos Estados Unidos.
Assim que se declarar culpado das acusações, Mejia enfrentará uma sentença máxima legal de 25 anos de prisão federal, disse o órgão. Ele também concordou em entregar todos os ativos derivados da conduta ilegal, incluindo US$ 233.987 em dinheiro apreendido, moedas e barras de prata e aproximadamente US$ 95.587 e várias criptomoedas.
A investigação foi conduzida pela Receita Federal dos EUA (IRS) com apoio do serviço de unidade de crimes cibernéticos e da HSI (Homeland Security Investigation, que recebeu assistência do Departamento de Polícia de Costa Mesa, também cidade californiana.