Onde os NFTs ficam “guardados”? Conheça mais sobre as técnicas de armazenamento em blockchain

Os dados que compõem o conteúdo dos tokens não fungíveis precisam ser armazenados em algum lugar, mas os diversos sistemas são muito diferentes entre si
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(Foto: Shutterstock)

Tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês) são uma forma de mídia digital.

Assim como outras mídias digitais — desde as palavras escritas em artigos sobre criptomoedas a vídeos no YouTube e músicas em plataformas de streaming —, NFTs, em sua forma mais básica, consistem de dados feitos de uns e zeros.

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Isso é importante porque tudo o que está associado ao NFT — desde o contrato autônomo existente à URL usada para visualizar a imagem — se resume aos uns e zeros armazenados em um computador.

No entanto, nem todas as técnicas de armazenamento NFT são criadas da mesma forma. Alguns holders de NFT podem não ter mais do que a URL ou o ID de um token.

Então é importante separar um tempinho para entender como o armazenamento do NFT funciona antes de pensar em comprar ou criar um NFT.

Antes, é preciso analisar alguns conceitos fundamentais:

🖥️ Servidores – São computadores assim como este onde você possa estar lendo este artigo. Diferentes de um computador comum, servidores são bastante poderosos e podem executar muitos programas diferentes de forma simultânea. Basicamente, NFTs vivem e são armazenados em servidores.

☁️ Hospedagem – Grande parte das pessoas não opera seus próprios servidores então, quer percebam ou não, dependem que outra pessoa forneça esse serviço. A hospedagem se refere à coleção de serviços, incluindo armazenamento, geralmente executado em servidores. Todos os NFTs são hospedados em algum lugar.

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💽 Metadados – São dados que descrevem outros dados. Metadados ajudam servidores a encontrar, processar e armazenar dados de forma mais eficiente. Os metadados de um NFT descrevem características (para um NFT de foto de perfil, ou PFP) como seu nome, cor, tamanho, forma, tipo de chapéu, óculos etc.

#️⃣ Hash – É uma função criptográfica que, com base em uma informação inserida, produz o mesmo resultado toda vez. Um hash geralmente é utilizado para codificar muitas informações de forma verificável e eficiente. Um NFT e todos os seus metadados podem ser armazenados em um só hash. Para ter experiência com “hashing”, acesse esse gerador de hashes.

📝 Contratos autônomos — São instruções programas que vivem em uma blockchain. São os alicerces de aplicações descentralizadas (ou dapps), incluindo grande parte dos NFTs. As regras para a emissão e conversão de NFTs vivem nos contratos autônomos.

Armazenamento “on-chain” vs. “off-chain”

O armazenamento “on-chain” de um NFT significa que todo o NFT — a imagem e todos os seus metadados — existe em uma blockchain. Por outro lado, NFTs armazenados “off-chain” significam que parte ou grande parte do NFT está armazenado fora da blockchain.

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O armazenamento “on-chain” é mais preferível porque indica que usuários podem verificar todas as facetas do NFT. Porém, muito poucos projetos optam por esse método de armazenamento.

Um projeto que opta pelo armazenamento “on-chain” é Autoglyphs. O motivo é simples — imagens JPEG contêm muitos dados, principalmente quando essas imagens existem em coleções em ordens de centenas ou dezenas de centenas.

Como consequência, grande parte dos projetos NFT opta por armazenar as imagens “off-chain”. Muitos projetos populares, como CryptoPunks e Bored Ape Yacht Club (ou BAYC), optaram pelo armazenamento “off-chain”.

Armazenamento centralizado vs. descentralizado

No caso do armazenamento “off-chain”, o contrato autônomo dos NFTs contém informações que indicam a localização da imagem JPEG. Geralmente, a imagem JPEG e seus metadados estão armazenados em um hash.

Esse hash é utilizado para indicar um fornecedor centralizado ou descentralizado de hospedagem.

Exemplos de fornecedores centralizados de armazenamento incluem Amazon e Google. Fornecedores centralizados de armazenamento executam os servidores que armazenam os uns e zeros que compõem o NFT.

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O risco dos fornecedores centralizados de armazenamento é que, apesar de ser improvável, podem ser desligados a qualquer momento e o NFT do holder pode ser perdido. Tudo o que restaria, em alguns casos, seria um simples hash que existe em um contrato autônomo.

É por isso que muitos projetos optam para usar soluções descentralizadas para armazenar seus NFTs. A solução mais comum seria armazenar dados no InterPlanetary File System (ou IPFS).

IPFS é uma rede distribuída de ponto a ponto onde arquivos são armazenados entre diversos nós, tornando-os resistentes a pontos únicos de falha, como problemas em servidores.

Embora NFTs armazenados no IPFS não estejam tecnicamente armazenados “on-chain”, estão teoricamente mais seguros, pois o IPFS é resistente à censura; nenhuma única entidade tem o poder de desligá-lo.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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