Roda de pessoas que apontam seus smartphones para o mesmo lugar
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Os criptoativos e a infraestrutura blockchain têm se tornado cada vez mais relevantes no cenário financeiro global. Nos últimos anos, essas tecnologias emergentes têm desempenhado um papel importante na inclusão financeira, oferecendo oportunidades para pessoas sem acesso aos serviços financeiros tradicionais. 

Mas, antes de explorar como os criptoativos estão promovendo a inclusão financeira, é importante entender o conceito em si. 

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A inclusão financeira refere-se à disponibilidade e acessibilidade de serviços financeiros básicos para todos os membros de uma sociedade, independentemente de sua renda ou localização geográfica. 

Infelizmente, bilhões de pessoas em todo o mundo ainda são excluídas desse acesso fundamental.

Como os criptoativos podem colaborar com a inclusão financeira?

Os criptoativos e a tecnologia blockchain têm a capacidade de romper barreiras e superar desafios associados à inclusão financeira. 

Com criptomoedas como o Bitcoin e o Ethereum, indivíduos podem enviar e receber dinheiro de forma rápida, segura e transparente, sem a necessidade de intermediários financeiros tradicionais. 

Isso é especialmente benéfico para pessoas em países onde a infraestrutura financeira é limitada, as taxas de remessa são altas e a burocracia é complexa.

Além disso, as soluções baseadas em blockchain estão permitindo a criação de identidades digitais descentralizadas. Isso é crucial para a inclusão financeira, pois muitas pessoas em regiões carentes não possuem documentos de identificação reconhecidos pelo governo. 

Com uma identidade digital baseada em blockchain, essas pessoas podem provar sua identidade e acessar serviços financeiros básicos, como abrir contas bancárias e obter crédito.

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No Brasil, um exemplo notável de iniciativa para impulsionar a inclusão financeira é o projeto do Real Digital do Banco Central. 

Esse projeto visa criar uma moeda digital baseada em blockchain que será emitida pelo Banco Central e estará disponível para todos os cidadãos brasileiros a partir das instituições financeiras, como os bancos. 

A adoção do Real Digital em longo prazo pode reduzir a dependência de serviços bancários tradicionais e oferecer uma alternativa acessível e segura para transações financeiras.

Além disso, a infraestrutura blockchain também está facilitando o acesso a serviços financeiros, como empréstimos peer-to-peer (P2P) e microfinanças. 

Plataformas baseadas em blockchain permitem que indivíduos emprestem e tomem empréstimos diretamente entre si, eliminando intermediários e reduzindo os custos. Inclusive, todas as inovações dentro do ecossistema DeFi devem ser levadas em consideração.

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Isso é particularmente benéfico para empresários de pequeno porte, que muitas vezes enfrentam dificuldades para obter crédito junto aos bancos tradicionais.

Desafios cripto para a inclusão financeira

É importante ressaltar que, embora os criptoativos e a tecnologia blockchain tenham o potencial de impulsionar a inclusão financeira, ainda existem desafios a serem superados. 

A volatilidade dos preços, a falta de regulamentação adequada e a presença de golpes no mercado são alguns dos desafios que os investidores devem estar cientes. A pesquisa diligente, a diversificação do portfólio e o aconselhamento especializado são medidas essenciais para mitigar esses riscos e proteger o patrimônio dos investidores.

Além disso, questões regulatórias e de segurança precisam ser abordadas para garantir um ambiente seguro e confiável para a adoção em massa e garantir a proteção dos direitos dos consumidores.

Nesse sentido, é fundamental que governos e instituições financeiras trabalhem em conjunto para criar regulamentações adequadas que promovam a inovação e protejam os interesses dos indivíduos. 

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Ao estabelecer diretrizes claras e transparentes, é possível mitigar os riscos associados às transações com criptoativos e promover a confiança do público. 

Assim como a educação, que desempenha um papel crucial na promoção da inclusão financeira por meio dos criptoativos. 

É essencial que as pessoas entendam os conceitos básicos por trás das criptomoedas e da tecnologia blockchain, bem como os riscos e benefícios envolvidos. Iniciativas de educação financeira devem ser implementadas para capacitar as pessoas a tomar decisões informadas e utilizar essas ferramentas de forma responsável.

Empresas inovadoras são o fator principal

No contexto empresarial, os criptoativos também estão proporcionando oportunidades de inclusão financeira. 

Startups e empreendedores podem utilizar as ofertas iniciais de moedas (ICOs) e as vendas de tokens para angariar capital de investidores em todo o mundo, eliminando as barreiras tradicionais de financiamento.

Isso permite que projetos inovadores sejam financiados diretamente pela comunidade, sem a necessidade de intermediários financeiros.

Mas, mais do que isso, empresas inovadoras desempenham um papel fundamental na promoção da inclusão financeira. As fintechs e startups têm se destacado ao desenvolver projetos e soluções que visam alcançar e atender as necessidades das populações não bancarizadas ou subatendidas. 

Por meio de tecnologias disruptivas e modelos de negócios inovadores, essas empresas estão democratizando o acesso aos serviços financeiros, proporcionando oportunidades para indivíduos que antes estavam à margem do sistema tradicional. 

Ao colaborar com organizações governamentais, instituições financeiras e comunidades locais, essas empresas estão realizando esse impulsionamento de forma sustentável e impactante.

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Em conclusão, os criptoativos e a infraestrutura blockchain estão desempenhando um papel importante na inclusão financeira, permitindo que pessoas sem acesso aos serviços financeiros tradicionais tenham a oportunidade de participar de transações seguras e acessar serviços financeiros básicos. 

Com uma abordagem educacional, regulatória e colaborativa, podemos explorar todo o potencial dessas tecnologias e promover uma inclusão financeira mais ampla e equitativa para todos. 

Sobre o autor

Daniel Coquieri é CEO da empresa de tokenização de ativos Liqi Digital Assets. Empreendedor do ramo da tecnologia, foi fundador da BitcoinTrade, uma das maiores corretoras de criptomoedas do Brasil.

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