Imagem da matéria: O misterioso brasileiro que traduz e distribui livros de graça sobre Bitcoin
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O livro “As 21 Lições – O que Aprendi ao Cair na Toca do Coelho do Bitcoin”, de Gigi (pseudônimo) está sendo distribuído de graça após ser traduzido para o português em um trabalho colaborativo liderado por uma pessoa que ninguém sabe quem é e que já tem um segundo projeto a caminho.

Trata-se da pessoa por trás do perfil KoreacomK, pseudônimo usado no Twitter de um homem de 30 anos que mora no estado de São Paulo e que se impôs uma missão: devolver aquilo que ele recebeu do bitcoin.

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Ele não quer o seu email a cada download, não oferece nenhum tipo de investimento, não vende cursos nem promete retornos astronômicos. Parece estranho, mas é uma maneira que ele encontrou de dar a “pílula vermelha” para outros também enxergarem, numa referência ao filme Matrix.

Korea mostra vigor na missão de espalhar o evangelho (palavra grega que significa “boa nova”). Ele contou ao Portal do Bitcoin em uma conversa por Telegram o que o cativou na criptomoeda:

“O fato de não ter um ente centralizador e ser totalmente anticensura. Conforme fui entendendo os conceitos, percebi que muitas coisas estavam erradas e que nós, como indivíduos da sociedade, não temos autonomia e soberania em nossas vidas. Por conta de já ter lido e compactuar com algumas ideias da escola austríaca fui percebendo o real poder dessa ferramenta”.

Bitcoin é o terreno fértil

Korea começou a operar com Bitcoin pelos motivos errados. Caiu em 2017 no esquema de pirâmide conhecido como Hash Ocean.

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O erro não foi motivo para abandonar o tema, mas para se aprofundar: começou a estudar e se empolgou com outras criptomoedas, como a Dash. Com o tempo, sua atenção se virou para o Bitcoin.

“Conforme fui estudando e fui entendendo os conceitos necessários para entender mais sobre o Bitcoin (economia, teoria e história do dinheiro, da moeda, sociologia, psicologia humana e pontos mais específicos da TI como desenvolvimento, protocolos e segurança) fui percebendo como as outras moedas não tinham motivo de existir”, diz.

Não é que ele ache que apenas o Bitcoin atende a todos os requisitos fundamentais, mas sim que já possui uma base que as outras criptomoedas dificilmente conseguirão.

Em seu perfil no Twitter, Korea se define como um maximalista: “Você tem duas opções: encontrar um lugar onde o solo é perfeito para você solidificar as suas estruturas e começar a desenvolver a sua própria casa, ou começar em um pavimento de cinco metros de concreto, formado em um solo totalmente sólido e bem seguro. O Bitcoin é o segundo caso. Você pode tentar a sorte e começar do zero, ou pode usar o maior sistema descentralizado, distribuído e seguro, que é o Bitcoin”.

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Passando a palavra

“O irmão mais velho ajuda o irmão mais novo. O irmão mais novo consegue se erguer e se desenvolver, e assim ele ajudará o filho do irmão mais velho a se erguer e desenvolver”, diz.

Apesar de pregar a individualidade como princípio absoluto, Korea tem uma visão carinhosa de comunidade e se mostra profundamente grato e gregário.

“Muito provavelmente não poderei retribuir as mesmas pessoas que me ajudaram, mas posso retribuir os novatos que estão começando. No momento em que eu entrei na toca do coelho do Bitcoin, muitas informações estavam faltando, muito conhecimento estava disperso e não havia locais onde você poderia dizer que eram seguros para se obter como fonte. Hoje, temos muitos conteúdos bons e interessantes, mas infelizmente, boa parte deles está em inglês. Como uma grande parte da população brasileira não tem essa fluência necessária para ler em uma língua estrangeira, eu traduzo os textos e disponibilizo eles para o público, como um jeito de retribuir toda a comunidade”.

Korea diz viver do seu trabalho (sobre o qual não deu detalhes) e que só irá viver em um padrão de vida mais elevado caso haja uma adoção em massa do Bitcoin no Brasil ou quando se aposentar.

Estado e Bitcoin

Questionado sobre o que acha da disposição do governo brasileiro em regular as criptomoedas, com projetos de lei já tramitando, minimiza o potencial do Estado em intervir.

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“Letras escritas em um papel não mudarão em nada o funcionamento do Bitcoin e das criptomoedas. Talvez possam deixar mais abertas ou fechadas as conversas sobre o assunto, mas isso não quer dizer que a regulação terá algum impacto nas pessoas que fazem as transações do entre as pessoas”, diz.

O tradutor diz não se considerar um anarcocapitalista ou mesmo um libertário. “Me considero um bitcoinheiro que acredita no indivíduo e repudia qualquer pessoa ou entidade que queira tirar minha soberania” ressalta.

Problema é quem usa, e não a ferramenta em si

Em seu perfil, lamentou muito a morte de JStark, criador do projeto de uma arma que pode ser feita com uma impressora 3D. A polícia alemã fez uma busca na casa dele e poucos dias depois ele teria morrido de infarto – informação dada pelo jornal “Der Spiegel” e confirmada pela comunidade que acompanha o trabalho dele.

“Acredito que coisas como o Bitcoin, armas 3D, VPN, VPS, são apenas ferramentas. Ferramentas poderosas que dão aos indivíduos mais liberdade e soberania, e garantem que eles possam se proteger contra quem tenta tirar isso deles. Óbvio que pessoas podem usar isso para o mal, mas isso não faz essa ferramenta ser ruim, ela apenas diz mais a respeito das pessoas que a utilizam do que a própria ferramenta”, afirma.

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