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Antes de iniciarmos a análise, é necessário entender que cada exchange possui uma cotação independente. Isto vale para os diversos países e moedas onde o Bitcoin é negociado, mas também dentro de uma mesma região.

Já tivemos alguns flash crashes, ou seja, quedas bruscas e rápidas, na cotação do Bitcoin. O efeito é mais forte quando cotado em pares menos líquidos, mas mesmo em Dólar ou Tether já presenciamos quedas de 20% ou mais em questão de segundos.

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Flash crash na Kraken, cotação em Dólar Canadense, maio de 2019
Flash crash na Binance, cotação em Binance USD, setembro de 2019

Este tipo de falha decorre da execução de uma ordem muito maior do que o total das ofertas de compra, ou mediante alguma falha técnica. O flash crash é caracterizado por um retorno rápido para um patamar próximo ao preço original.

A queda recente para USD 3.800

Nada impede do preço nas diversas exchanges negociar abaixo de US$ 3.000 por algumas horas, ou até mesmo dias, especialmente quando há um temor de uma crise global ou incertezas sobre o Coronavírus, por exemplo.

O nível de US$ 3.000 não é uma estimativa, mas sim um piso determinado pelo período que ficou conhecido como “inverno das criptos” no final de 2018, além de ter funcionado como suporte em setembro de 2017 quando a China baniu exchanges e ICOs na região.

O que impede de cair abaixo disso?

A indisposição dos detentores, ou “holders”, de venderem nestes níveis. Vale ressaltar que o cotação de US$ 3.000 resulta na capitalização de mercado de US$ 55 bilhões, equivalente a 0,6% do total de ouro em circulação.

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Este patamar provavelmente continuará funcionando enquanto tivermos um número suficiente de pessoas que acredita no potencial do Bitcoin, seu histórico de 11 anos mantendo as regras de emissão, livre circulação, proteção da rede através dos mineradores, além de forte consenso social trazido pelos usuários que rodam seus nós (nodes).

Conclusão

Excluindo um cenário catastrófico de fechamento temporário das maiores bolsas internacionais, falência de bancos ou grandes corporações, seria difícil acreditar na manutenção do preço do Bitcoin abaixo de US$ 3.000.

Lembre-se que até mesmo o ouro, considerado o melhor instrumento de hedge, ou proteção, encontra-se em queda de 6,5% em dólar no mês de março. Estamos sem dúvida atravessando momentos de incerteza, mas é possível seguir otimista com a tese de segurança e política anti-inflacionária do Bitcoin.


Sobre o autor

José Artur Ribeiro é CEO na Coinext. Economista formado pela Università di Roma (Itália) e investidor em criptomoedas desde 2014. Possui mais de 15 anos de experiência em cargos de liderança. Foi CFO da Hexagon Mining e CFO da Vodafone Brasil. Trabalhou também em multinacionais como Airbus Industries (França) e PricewaterhouseCoopers (Itália e Brasil).

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