O Bitcoin não deve voltar ao topo, diz diretor de associação do mercado financeiro do Brasil

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(Foto: David McBee/Pexels)

Aquiles Mosca, presidente do Comitê de Educação de Investidores da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), escreveu em artigo para o jornal Valor Econômico sobre suas percepções dos comportamentos de investidores de Bitcoin no Brasil.

No artigo publicado na última terça-feira (28), o consultor apontou o crescimento da quantidade de brasileiros que buscam lucros com Bitcoin: criado em 2008, o criptoativo tem cerca de 1 milhão de investidores, contra apenas 700 mil investidores individuais da bolsa de valores do Brasil, fundada em 1890.

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Em sua avaliação, Mosca escreveu que o Bitcoin acumulou mais de 70% de valorização nos últimos 12 meses, período em que foi registrado grande salto no volume de investimentos relacionados à criptomoeda no Brasil. Ele disse que as informações otimistas do período têm levado muitos a investir, mas que o valor do Bitcoin não deve voltar a seu pico.

Mosca é consultor, estrategista de investimentos e professor de finanças comportamentais e gestão de ativos. A Anbima, associação da qual é membro, é responsável por representar as instituições do mercado de capitais brasileiro.

O analista considera que a volatilidade do Bitcoin frequentemente supera a imprevisibilidade do valor das ações na Bovespa. Ainda assim, o mercado tem sido atraente para investidores com pouca experiência em aplicações de alto risco.

O professor de finanças comportamentais avaliou que o crescimento do número de investidores na criptomoeda acontece em parte pela expectativa de retorno do valor registrado em seu pico histórico entre o fim de 2017 e início de 2018. À época, uma unidade de Bitcoin valia mais de US$ 19,2 mil.

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O segundo comportamento considerado pelo economista para explicar o número de investidores de Bitcoin no Brasil é o que chama de “saliência” ou “disponibilidade”. Ou seja, o grande número de atenção da imprensa sobre o assunto, além do volume de livros, vídeos e material produzido sobre o tema.

Temos a tendência de acreditar que toda informação muito disponível ou saliente tem maior probabilidade de confirmar-se.

Para o membro da Anbima, o efeito manada também ajuda e explicar o movimento de alto volume de investimentos em Bitcoin. Mosca diz que “aquela necessidade inconsciente que temos de agir em conformidade com o grupo” contribui para influenciar a tomada de decisões.

O último fator de influência para os investidores, segundo o consultor, é “o medo de ficar para trás”, ou seja, a impressão que alguns investidores têm de estarem perdendo uma grande oportunidade, ou de não estar se atualizando com os novos investimentos de sucesso.

A análise comportamental não é o único aspecto a ser considerado por investidores, segundo Aquiles Mosca. Para ele, porém, os investimentos não podem ser baseados unicamente em resultados passados ou em sensações do mercado.

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