A mudança da fabricante de chips de computador Nvidia para o mercado de hardware de mineração de criptomoedas provou ser lucrativa: a empresa gerou US$ 155 milhões em receita com seus processadores de mineração de criptomoedas (CMP, na sigla em inglês) no último trimestre.
Na atualização dos lucros da empresa divulgado na quarta-feira (26), a Nvidia revelou que espera que as vendas de CMPs cheguem a US$ 400 milhões no trimestre atual. Apesar desses números, o CEO Jensen Huang insistiu que o principal negócio da empresa é hardware de jogos para PC. Ele espera que os mineradores de criptomoedas fiquem com os produtos CMP da Nvidia em vez de suas GPUs para jogos GeForce.
Os jogadores de PC e criptomoedas competem pelo fornecimento limitado de placas de vídeo GeForce da Nvidia, que são projetadas para processamento gráfico de ponta em jogos de PC, mas também podem ser usadas para minerar criptomoedas como Ethereum.
“O que esperamos é que os CMPs satisfaçam os mineradores e permaneçam nas mineradoras profissionais”, disse Huang, acrescentando que “os CMPs rendem melhor e a produção deles não prejudica o fornecimento da GeForce. Portanto, protege o fornecimento para os jogadores.”
A batalha entre mineradores e jogadores
Com os preços de suas placas gráficas caindo e deixando os jogadores fora do mercado, a Nvidia tem se esforçado para encontrar um equilíbrio entre sua base principal de clientes – formada por jogadores – e o lucrativo mercado de mineração de criptomoedas.
A empresa respondeu tentando implementar limitadores de taxa de hash em suas GPUs que restringem seu desempenho de mineração de criptomoedas ao mesmo tempo em que lançou uma linha de cartões CMP dedicados para atender a esse mercado. Com testes indicando que os CMPs da Nvidia têm desempenho comparável ao seu GPU RTX 3060, eles provaram ser um sucesso entre os mineradores.
A Hut 8 Mining Corp, uma empresa de mineração de Bitcoin com sede em Toronto, no Canadá, abocanhou US$ 30 milhões em CMP logo após seu lançamento.
A fabricante rival AMD, por sua vez, tomou uma direção diferente. A empresa anunciou que não tentará diminuir a taxa de hash em suas GPUs para jogos, ao mesmo tempo em que enfatizou que elas são projetadas principalmente para gamers.
O confronto entre mineradores e gamers, no entanto, deve se tornar irrelevante em breve. A Ethereum, a criptomoeda que constitui a maior parte da mineração com GPU, está em processo de atualização para Ethereum 2.0.
O upgrade fará com que o projeto mude de seu mecanismo de consenso de prova de trabalho atual, que é baseado na mineração, para um modelo de prova de participação, que não requer o uso de hardware semelhante.
*Traduzido e editado com autorização da Decrypt.co