O Nubank lançou nesta semana uma coleção de roupas e acessórios em parceria com a plataforma de vendas Chico Rei. Segundo a empresa, todo o lucro gerado com as vendas será destinado para projetos sociais. No entanto, a ação fez surgir um debate, tanto com elogios quanto com críticas, nas redes sociais.
No anúncio, publicado na quinta-feira (01) no blog do banco, a empresa argumenta que para criar a ação foi considerado o interesse da comunidade em adquirir os produtos.
“Nas nossas redes sociais e comunidade sempre recebemos mensagens de pessoas interessada em adquirir artigos que as ajudem a expressar por aí os valores da marca. Decidimos que era o momento de todo mundo, no Brasil inteiro, ter acesso à eles”, escreveu.
A empresa também tentou precaver-se de possíveis críticas negativas, negando que seu nome viraria uma marca de moda e que coleção seria por tempo limitado. Segundo o artigo, alguns de seus produtos sempre estiveram disponíveis em sua sede, em São Paulo.
Coleção Nubank
No mesmo dia do anúncio vieram as primeiras críticas e elogios acerca da ação. No Linkedin, a influencer e consultura LGBT+ Maira Reis expôs sua opinião.
“Da série: como fazer propaganda de graça para uma empresa milionária e ainda pagar para ela”, escreveu. No post, um print de uma oferta de camisetas revelam seus preços, que vão de R$ 69,90 a R$ 84,90.
Nos comentários, o usuário Caio Henrique Oliveira Andréa não viu nada demais. A contrário de Reis, ele disse que amou a ação e ironizou:
“Tô fechando meu carrinho de compras aqui, já volto”.
Reis rebateu:
“O problema é o discurso de marketing, é dizer que a comunidade pediu ao invés de assumir o protagonismo da ação. O problema é você ter grana para bancar um projeto social, mas jogar para o seu consumidor pagar a sua ação e voltar para você o branding”.
Comentários no Facebook e Twitter
O assunto também entrou em debate no Facebook.
“Acho que eu morro de desgosto se um dia meu filho comprar uma roupa com a logo de um banco”, comentou um usuário na publicação de Nelson Ricardo, do RJ.
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No Twitter teve usuário que comemorou;
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Refletiu;
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e criticou.
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Lucro será doado
Para Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, “essa coleção é não somente uma resposta aos inúmeros pedidos por produtos com nossa assinatura, mas também uma forma de ajudar as pessoas a poderem expressar esse mesmo sentimento que move a gente todos os dias”.
Ainda de acordo com o artigo, todo o processo de compra e distribuição dos produtos será feito pela plataforma Chico Rei. As estampas, completou, “refletem a nossa forma de pensar”.
Ao final, o banco disse que acredita que “a revolução precisa começar por dentro” e que todo o lucro arrecadado será destinado para duas instituições — AfroPython e EducaTRANSforma. “100% do lucro”, frisou.
Sobre as instituições beneficiadas, a AfroPython é um movimento focado na inclusão e ascensão profissional de pessoas negras na área de tecnologia da informação.
Do mesmo modo, o EducaTRANSforma, só que focada na capacitação de pessoas transgênero.
A ação acontece ao mesmo tempo em que o Nubank expande suas operações ao extremo norte da América do Sul. Na mesma quinta-feira, a empresa anunciou que vai expandir as operações para a Colômbia.
Além de Brasil e México, este é o terceiro país da América Latina no qual a fintech com mais de 30 milhões de clientes fincou sua bandeira.