O banco digital brasileiro Nubank foi citado como a startup mais valiosa da América Latina, embora ainda desconhecida nos EUA, no portal de tecnologia Recode, do site Vox.
O anúncio de expansão para o México e a estimativa de que a empresa valha entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões teriam despertado o interesse de investidores americanos.
O Nubank estaria negociando um aporte de capital de cerca de US$ 1 bilhão com um fundo controlado pelo SoftBank Group, responsável por investimentos polpudos no Vale do Silício. Segundo o artigo, há pelo menos mais uma oferta no radar no banco brasileiro.
“Estamos sempre em busca de oportunidades para novos recursos”, afirmou um porta-voz do banco digital ao site americano. O SoftBank não comentou o assunto.
Se o acordo for fechado, o Nubank seria a segunda fintech mais valiosa do mundo, atrás apenas da americana Stripe, sistema de pagamentos para lojas online, avaliada em cerca de US$ 20 bilhões.
Outros investidores do banco digital brasileiro são a Sequoia Capital, a chinesa Tencent e a DST Global, do bilionário russo-americano Yuri Milner.
Nubank na América do Sul
De acordo com o site americano, a avaliação de valor do Nubank reflete o crescimento do ecossistema de startups no Brasil e o deslocamento de investidores para países emergentes que buscam por empresas promissoras.
Na América do Sul, o fluxo de venture capital foi o maior já registrado – US$ 1,98 bilhão em 2018, ante US$ 500 milhões dois anos antes, apontam dados da Lavca (Associação Latino-americana de Private Equity e Venture Capital).
No mercado brasileiro, os investidores em busca de fintechs miram um mercado onde 55 milhões ainda não têm acesso a uma conta no banco. O mercado é altamente concentrado: os cinco maiores bancos, com o Itaú no topo da lista, detêm cerca de 82% dos ativos bancarizados.
O Nubank, com 8,5 milhões de clientes, é o maior banco digital fora da Ásia e deu certo em um país onde o custo do empréstimo é alto e o atendimento ao cliente deixa a desejar, diz o artigo.
“Lembro de ficar preso nas portas giratórias a prova de balas um ou duas vezes porque meu celular estava no bolso e os seguranças ficavam me olhando armados”, disse o fundador do Nubank, David Vélez, em entrevista ao jornal britânico Financial Times.
Empresa para ficar de olho
O banco digital foi criado em 2013 e lançou produtos como cartões de crédito e débito, além de programas de recompensas, com adesão pela internet, e serviços via aplicativo. Em maio, o Nubank anunciou a expansão de suas operações para o México.
Os críticos do acordo apontam as estimativas muito otimistas pelas quais a SoftBank se tornou conhecida, e temores de que a economia brasileira continue em marcha reduzida nos próximos anos.
Para o Recode, o banco digital se tornou uma “empresa para ficar de olho” pela sua estratégia agressiva de expansão internacional. A tática pode transformar o Nubank em uma das startups de mais rápida ascensão nos países em desenvolvimento, como o indiano Paytm.
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