Novo estudo do LAPIN apresenta melhores práticas para regulação de criptomoedas no Brasil

White paper feito pelo LAPIN com apoio da Ripple traz diversos pontos e dados para ajudar na regulação do setor de criptomoedas brasileiro
Ilustração de bandeira do Brasil dentro moeda de Bitcoin

Marco Legal das Criptomoedas no Brasil foi sancionado em dezembro de 2022 (Foto: Shutterstock)

Em um cenário de avanço da regulação do mercado de criptomoedas no Brasil, mas que ainda depende da conclusão das regras a serem definidas pelo Banco Central, o LAPIN (Laboratório de Políticas Públicas e Internet) divulgou nesta quarta-feira (8) um white paper com um estudo sobre leis e regras para o setor cripto.

O LAPIN é um centro independente de pesquisa voltado para os desafios sociais, éticos, e jurídicos que as tecnologias digitais trazem para a sociedade.

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Intitulado “Melhores Práticas na Regulação de Ativos Digitais, Blockchain e CBDCs: Uma Pesquisa Comparativa com Insumos para a Regulação Brasileira”, o documento busca oferecer uma análise detalhada e diretrizes essenciais para navegar no cenário de novas leis voltadas para ativos digitais.

O white paper foi lançado oficialmente durante um seminário na Câmara dos Deputados promovido pela Ripple em Brasília, no qual foram discutidas oportunidades e desafios para o crescimento sustentável do ecossistema de ativos virtuais no país, com a participação do governo, sociedade civil e academia.

Além da Ripple e do LAPIN, o evento teve apoio da Frente Parlamentar de Livre Mercado (FPLM), do Instituto Livre Mercado (ILM) e da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto).

“A partir de uma análise das melhores práticas regulatórias adotadas ao redor do mundo sobre blockchain, ativos digitais e CBDCs, o documento elaborado destaca que o Brasil apresenta uma perspectiva positiva e propositiva para o setor cripto, com o potencial de servir de modelo para outros países em nível regional e global”, diz a Ripple.

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Por meio dos estudos, o white paper levanta seis pontos que os analistas acreditam que podem contribuir com o processo já em curso no país para regulamentação dos ativos virtuais:

  • A implementação de normas rigorosas de KYC (sigla em inglês para Conheça Seu Cliente) e combate à lavagem de dinheiro;
  • Estabelecimento de mecanismos que assegurem a transparência das operações e a comunicação adequada dos riscos inerentes aos ativos virtuais;
  • Criação de um quadro legal específico para lidar com fraudes, golpes e possíveis falências de plataformas de negociação;
  • Priorizar a criação de normas que garantam a informação adequada e estabeleçam programas de educação aos consumidores;
  • Abordagem regulatória que permita experimentações controladas, os conhecidos sandboxes regulatórios;
  • Cooperação internacional, para assegurar que as práticas regulatórias nacionais estejam alinhadas com as melhores práticas globais.

“O Brasil assumiu uma postura de protagonismo quanto à regulamentação de ativos virtuais. Mesmo ainda em um estágio inicial, essa posição coloca o país em condições de desenvolver cada vez mais este ecossistema, além de melhores práticas para inclusão financeira e redução de custos e burocracia, entre outras vantagens”, diz Priscila Couto, Senior Policy Manager Latam da Ripple.

Já Gabriel Souto, advogado e um dos autores do relatório pelo LAPIN, ressalta que o white paper enfatiza a necessidade de criar uma regulação para ativos virtuais, blockchain e CBDCs no Brasil que atenda às demandas do mercado, ao mesmo tempo em que seja flexível para acompanhar as rápidas mudanças tecnológicas.

“Analisando práticas internacionais, o documento sugere a adoção de normas rigorosas contra crimes financeiros, destaca a importância de proteger os consumidores por meio de maior transparência e promove uma comunicação eficaz sobre os riscos”, afirma ele.

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Rodrigo Marinho, diretor executivo do ILM, por sua vez, avalia que o Brasil tem avanços já empreendidos no setor cripto que geram uma oportunidade singular para criação de novos paradigmas jurídicos e econômicos que contribuam para o desenvolvimento do país.

Por fim, o LAPIN explica que, ao comparar diferentes sistemas jurídicos, o white paper apresenta padrões regulatórios que podem ser adaptados ao contexto brasileiro. “Portanto, este white paper é uma ferramenta indispensável para legisladores, reguladores, profissionais do setor e acadêmicos que buscam entender e influenciar a evolução da regulação de criptoativos no Brasil”, diz o grupo.

Quem tiver o interesse de ler o documento na íntegra, basta clicar aqui.