Nigéria anuncia moeda digital feita por banco central chamada ‘eNaira’

CBDC passará a ter status de moeda de curso legal e vai coexistir com moeda oficial
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Logotipo da CBDC da Nigéria (Fonte: CBN)

O presidente da Nigéria Muhammadu Buhari vai anunciar na próxima segunda-feira (25) do palácio presidencial na capital, Abuja, o lançamento da eNaira, a versão digital da moeda oficial da Nigéria, a Naira (₦). Trata-se de uma moeda na modalidade CBDC (Moeda Digital do Banco Central), segundo comunicado do Central Bank of Nigeria (CBN) no sábado (23).

Com o tema “mesma Naira, mais possibilidades”, o órgão diz que o objetivo é melhorar o sistema de pagamentos no país. Vale lembrar que nos últimos anos, a inflação alta despertou o interesse dos cidadãos pelo Bitcoin, forçando o governo a tomar medidas para conter a ‘febre’ da moeda virtual.

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“O lançamento da eNaira é o resultado de vários anos de trabalho do Central Bank of Nigeria no avanço do sistema de pagamentos a fim de tornar transações mais fáceis e contínuas para todas as camadas da sociedade”, diz o documento oficial. Segundo a nota do CBN, o eNaira e o Naira vão coexistir, ou seja, uma compra pode ser paga com ambas moedas ao mesmo tempo.

“O eNaira, portanto, marca um grande passo em frente na evolução do dinheiro e o CBN tem o compromisso de garantir que a eNaira, assim como a Naira física, seja acessível a todos”, concluiu a entidade.

O governo também já ativou o site oficial do eNaira com todas as informações do projeto, bem como ações futuras. 

Bitcoin na Nigéria

O histórico do bitcoin na Nigéria começou a ganhar destaque em 2017; e mais recentemente, há menos de um ano. Em dezembro do ano passado é que começou a ficar evidente o apreço de seus cidadãos pela criptomoeda.

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Desde que a população nigeriana começou a intensificar a adoção do Bitcoin como uma alternativa contra a inflação, o CBN passou a tomar medidas para tentar conter o hype.

Em fevereiro deste ano, por exemplo, a entidade determinou que bancos e instituições financeiras do país deveriam identificar e fechar as contas de clientes que negociassem criptomoedas. O argumento usado na ocasião foi que o novo mercado era uma ameaça ao sistema financeiro nacional.

A Nigéria também vinha sofrendo com a queda da demanda e do preço do petróleo, seu principal produto de exportação. Como consequência, as reservas cambiais caíram e a inflação disparou, o que forçou o governo  a desvalorizar a Naira três vezes em 2020. 

Além disso, o CBN também limitou as transações internacionais com moeda estrangeira e o acesso ao dólar em US$ 200 por mês para cada cidadão.

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Nesse meio tempo, as criptomoedas viraram pauta tanto no CBN quanto no Senado. Em agosto, a entidade selecionou a Bitt Inc. como parceiro técnico para ajudar a criar a CBDC da Nigéria.