NFT criado no Bitcoin é vendido por valor recorde de R$ 2,2 milhões

A inscrição Honey Badger número oito, criada em 15 de janeiro, foi vendida no Magic Eden por 10,4 BTC
moeda de bitcoin ao lado de tela com sigla NFT

Shutterstock

Com as vendas de inscrições do Ordinals estabelecendo recordes diários, a polêmica mas badalada tecnologia que permite criar NFTs na blockchain do Bitcoin atingiu outro marco na quinta-feira (7). A inscrição Ordinals número oito da coleção Honey Badger foi vendida por 10,4 BTC equivalente a R$ 2,2 milhões no Magic Eden, informou o mercado NFT no X.

O Honey Badger é uma coleção de 10 mil inscrições Ordinals que variam de 8 a 1029518. A inscrição foi comprada pelo investidor pseudônimo “OG General”, disse Magic Eden, marcando a conta no X.

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O Magic Eden, que já é o mercado número um para NFTs na blockchain Solana, lançou um mercado de NFTs de Ordinals em março, quando o hype em torno da tecnologia disparou.

Leia também: Ordinals: Entenda a tecnologia que está revolucionando o Bitcoin

“Adoramos a energia em todo o ecossistema Ordinals neste momento, e ver grandes vendas de destaque, como o Inscription #8, chegando perto de US$ 460 mil, realmente solidifica o valor que as pessoas veem nos artefatos digitais que estão permanentemente inscritos na blockchain do Bitcoin”, disse Chris Akhavan, gerente geral de Bitcoin da Magic Eden, ao Decrypt.

A conta do Magic Eden no Twitter declarou que OG General é uma “lenda”. Após a compra, o investidor escreveu: “Os Ordinals não podem ser detidos!”

🪖 Inscription #8 was inscribed when almost no one cared about inscriptions, on Jan 15 at 1 sat/vB. " Ordinals Can not be stopped !! " Back to work , I am just warming up. LFG !! Thanks to the legends @mfigge and @huuep for providing an early insight to me months ago about… pic.twitter.com/V6cOmY3sLF

— OG General (@TheOG_General) December 8, 2023

O Magic Eden adicionou suporte para tokens BRC-20 em junho. O protocolo BRC-20 permite que os entusiastas do Ordinals não apenas criem NFTs na blockchain do Bitcoin, mas também memecoins.

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As inscrições de Ordinals — semelhantes aos NFTs — são ativos digitais inscritos em um satoshi, a menor denominação de um Bitcoin. A inscrição de mídia, incluindo obras de arte, textos, vídeos e até mesmo videogames em satoshis, é possível graças à atualização Taproot lançada na rede Bitcoin em novembro de 2021.

De acordo com um relatório da Dune, mais de 46 milhões de Ordinals foram criados na blockchain do Bitcoin desde que Casey Rodarmor lançou o projeto Ordinals em janeiro.

Sotheby’s vende NFTs do Ordinals

Na quarta-feira, a famosa casa de leilões Sotheby’s anunciou a primeira venda de uma coleção Ordinals chamada “Bitcoin Shrooms” do artista pseudônimo Shroomtoshi. Shroomtoshi chamou a coleção de uma “recapitulação pixelizada” dos 13 anos de história do Bitcoin.

De acordo com a Dune, mais de US$ 106 milhões foram gastos em taxas relacionadas às inscrições no Ordinals. Projetos semelhantes já surgiram em outras blockchains, como Ethscriptions na Ethereum e TON20 na blockchain TON.

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No entanto, a popularidade dos Ordinals e o aumento do tráfego de rede e das taxas, levou a pedidos de sua remoção.

Na terça-feira, o desenvolvedor do Bitcoin Core, Luke Dashjr, criticou novamente as inscrições Ordinals, chamando-as de spam na rede Bitcoin.

“As ‘inscrições’ estão explorando uma vulnerabilidade no Bitcoin Core para enviar spam para a blockchain”, escreveu Dashjr no X, acrescentando que o Bitcoin Core permite que os usuários limitem o tamanho dos dados extras da transação. “Ao ofuscar seus dados como código de programa, as inscrições contornam esse limite.”

Os puristas do Bitcoin, como Dashjr, claramente não são fãs de manobras como preencher o espaço do bloco com o clássico jogo de videogame Doom, que está bem fora de sua concepção da blockchain número um por capitalização de mercado. Mesmo assim, os mineradores estão colhendo os benefícios do aumento da demanda.

“Sou a favor do uso do espaço em bloco, e o Ordinals, no momento, parece ser uma maneira muito boa de obter a utilização do espaço em bloco, pois isso é fundamental para meus clientes, que são mineradores”, disse o fundador e CEO da Luxor Technology, Nick Hansen ao Decrypt.

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*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.