A Netflix irá lançar no dia 4 de janeiro uma minissérie documental sobre o maior esquema de pirâmide financeira da história: a operação de Bernie Madoff, que deixou um prejuízo de US$ 64 bilhões e ruiu de forma espalhafatosa em 2008, sendo um dos marcos da principal crise financeira desde o crash de 1929.
Madoff: The Monster of Wall Street terá quatro capítulos e irá mostrar, tanto via atores quanto através de depoimentos, como o golpista operou por décadas captando dinheiro de novos clientes para pagar antigos e maquiando a operação como se fizesse investimentos, em um esquema do tipo Ponzi.
O norte-americano era próximo de todas as agências reguladoras e, quando seu esquema caiu, as entidades responsáveis pela fiscalização foram duramente questionadas pelo fato de a pirâmide ter funcionado todo esse tempo sem maiores questionamentos.
O esquema ruiu em 2008 e Bernie Madoff foi preso. Posteriormente, foi condenado por fraude e lavagem de dinheiro a mais de 150 anos em um presídio federal. Ele morreu na cadeia no dia 14 de abril de 2021. Pouco antes disso, revelou ter uma doença terminal e pediu para passar os últimos meses em casa. Porém, o pedido foi negado pela Justiça do Estados Unidos.
Comparações com Sam Bankman-Fried
O modus operandi do criminoso foi adotado com exaustão por fraudadores do setor de criptomoedas: captação de dinheiro e clientes e manutenção de aparências. Com o colapso da FTX em novembro desse ano, muitos passaram a comparar Sam Bankman-Fried com Bernie Madoff.
Na visão de um ex-funcionário da SEC, o órgão que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos, as comparações não são exatamente corretas, mas existem algumas semelhanças entre o homem que se tornou sinônimo de crime financeiro e o fundador da FTX.
“Madoff foi o presidente da Nasdaq e criou a primeira bolsa eletrônica dos Estados Unidos. Provavelmente, quando Madoff começou as intenções eram boas”, disse ao portal Decrypt Elliot Lutzker, presidente e sócio da Davidoff Hutcher & Citron.
Segundo ele, o mesmo talvez poderia ser dito de Bankman-Fried. “Talvez no primeiro ano suas intenções fossem boas, mas neste momento, tudo sobre ele é apenas algo de um criminoso comum.”
Em 2021, Paul Krugman, economista americano vencedor do Nobel de Economia de 2008, disse em sua coluna no The New York Times que o Bitcoin (BTC) tem semelhanças com o esquema Ponzi criado por Bernie Madoff, não tem nada de inovador e não desempenha nenhum papel na economia.
Além disso, na visão dele, a criptomoeda estaria associada com atividades criminosas – como lavagem de dinheiro e ataques virtuais – e não é usada por pessoas normais e cumpridoras da lei.
Série sobre FTX já está encomendada
Desastres financeiros são um dos temas preferidos dos serviços de streaming. A Amazon já encomendou uma minissérie baseada no colapso da exchange FTX aos diretores por trás da franquia “Vingadores” da Marvel.
De acordo com reportagem publicada na Variety em novembro, Joe e Anthony Russo, os diretores de “Vingadores: Guerra Infinita” e “Vingadores: Ultimato”, bem como de “Agente Oculto”, da Netflix, vão produzir a série de oito episódios através da sua produtora ABGO. Os irmãos Russo também estão em negociações para dirigir a série, bem como realizar a produção executiva.
A série será escrita por David Weil, cujos créditos anteriores incluem “Hunters” e “Solos” da Amazon, bem como “Invasão” da Apple TV+. Ele vai basear o seu trabalho em reportagens de vários jornalistas que cobriram a saga da FTX e de seu fundador e ex-CEO, Sam Bankman-Fried.
Descrevendo o colapso da FTX como “uma das fraudes mais descaradas já cometidas”, os irmãos Russo chamaram Bankman-Fried, de “uma figura extremamente misteriosa com motivações complexas e potencialmente perigosas.”
Asssista abaixo ao traile da série “MADOFF: The Monster of Wall Street”:
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