Apesar dos bilhões de dólares queimados quando a stablecoin UST da rede Terra perdeu sua paridade ao dólar, o CEO da Binance, Changpeng Zhao (ou CZ), acredita que stablecoins algorítmicas ainda têm um lugar no mundo cripto.
Em participação no mais recente episódio do podcast “gm” do Decrypt, o líder da maior corretora de criptomoedas do mundo disse que estava “decepcionado” com a forma como o colapso do Terra foi lidado. A “velocidade da resposta operacional” foi “bem fraca”, acrescentou. Mas também afirmou que stablecoins pareadas a fiduciárias, como USDT e USDC, também não são livres de risco.
“Só porque um projeto fracassa, isso não significa que stablecoins algorítmicas nunca vão funcionar”, explicou CZ. “Mas stablecoins algorítmicas apresentam, no geral, um risco maior do que stablecoins pareadas a ativos.”
Volatilidade
Uma stablecoin é uma criptomoeda de valor (supostamente) estável. Diferente do bitcoin (BTC) e do ether (ETH), o preço das stablecoins não oscila porque são pareadas a ativos que continuam fixos — como o dólar americano ou o iene japonês. Mas stablecoins algorítmicas mantêm seu lastro usando o código codificado em seu protocolo em vez de estarem pareadas a ativos específicos em sua reserva.
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“É um tipo diferente de risco, mas bem mais evidente”, explicou CZ sobre as stablecoins algorítmicas. “Quando você usa um ativo como referência, quando você usa um ativo como garantia ou ter paridade a um ativo diferente, sempre haverá volatilidade. Então esse risco é bem maior com stablecoins algorítmicas.”
O fundador do Terra, Do Kwon, era bastante respeitado por investidores cripto, pois Terra era uma das maiores blockchains, com uma capitalização de mercado de mais de US$ 30 bilhões — até entrar em colapso em maio. O Terra usava código de computação para manter a estabilidade de sua stablecoin, mas esse código falhou e quando a UST perdeu sua paridade, caiu e levou LUNA, outro token do Terra, consigo.
Stablecoins são um grande assunto no mundo cripto: Cada regulador, desde o Federal Reserve dos EUA ao Banco da Inglaterra, está falando sobre como esses ativos devem ser melhor controlados. Isso acontece porque são o alicerce da criptoeconomia e bilhões de dólares são negociados em stablecoins diariamente.
CZ alega que a educação será a chave para a saúde das stablecoins no futuro.
“Aquele projeto [Terra] chamou a atenção sobre algumas deficiências ou alguns altos riscos nesse setor, que são muito importantes para que nós aprendamos”, explicou. “Acredito que como usuários, participantes da indústria ou reguladores, precisamos educar as massas. Precisamos aumentar a educação dos usuários. Devemos ensinar às pessoas sobre os diferentes riscos das stablecoins nas escolas.”
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.
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