Sim: minerar Bitcoin consome bastante energia elétrica. Sim, é preciso pensar nas consequências. Mas e o ouro? Uma pesquisa recente da LongHash traz dados sobre a comparação e conclui: minerar ouro usa 20 vezes mais energia do que minerar Bitcoin.
O custo anual para extrair o minério soma US$ 87,3 bilhões. Já a criptomoeda, no mesmo período, precisa de US$ 4,3 bilhões. O valor mercado é, respectivamente, de US$ 8 trilhões e US$ 200 bilhões.
Contudo, o próprio artigo lembra que como se trata de uma rede descentralizada com milhões de unidades, não há nenhuma estrutura que agregue as informações e compile o consumo total.
Ainda assim, na investigação apresentada, uso mínimo de energia elétrica do sistema seria de 1.688 MWh. O máximo seria de 7.000 MWh. A conclusão do estudo é que pela média dos dois valores a rede consome um total de 4.344 MWh — o que é equivalente a metade da produção de energia da maior usina de Nova York.
Por outro lado, o total do consumo de recursos do ouro é calculado em barris de petróleo. Segundo a pesquisa, seria uma quantidade de 92 milhões de barris (o consumo mundial total é de 34 bilhões). Ou seja: 0,27% deste total é consumido para extrair o ouro mineral e 0,7% para o ouro digital.
Para o autor do estudo, a mineração do ouro é mais eficiente que a do ouro. “O mundo seria um lugar melhor se minerássemos menos ouro e usássemos mais o Bitcoin como reserva de valor”, escreveu.
Mineração de Bitcoin na prática
A mineração de Bitcoin tem outros aspectos que são os custos da energia em cada país. Recentemente, a Bitfarms Technologies, uma empresa com sede em Montreal e em Israel, revelou que lhe custa apenas US$ 1.567 para minerar um Bitcoin, que neste momento vale pouco mais de US$ 6.400.
A empresa, anteriormente conhecida como Blockchain Mining, está listada na bolsa de Tel Aviv sob o ticker BLLCF, e revelou os dados num relatório que detalha o seu desempenho nos primeiros seis meses deste ano. O documento revela que no período minerou 1.923 BTC, 2.223 BCH, 3.324 LTC, 567 ETH, e 220 Dash.
Outros dados
À medida que a mineração de Bitcoin cresce, o custo e a demanda de energia elétrica para executar as operações estão causando uma série de problemas para as comunidades locais e grupos ambientais.
Devido ao alto consumo de energia da atividade, os mineradores estão continuamente procurando por comunidades onde a energia é barata e o consumo de energia em centros de mineração vem sendo fonte de críticas já a algum tempo.
A Digiconomist, uma plataforma de análise de criptomoeda, estimou em junho que a mineração de bitcoin usava aproximadamente 71 TWh (terawatts/hora), atualmente 73 TWh, o equivalente a quase 10% do uso anual de energia da China, segundo a Reuters.
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