Mineração de Bitcoin: confira os países onde ela é mais barata e mais cara

Levantamento do CoinGecko põe Europa com maior custo médio para mineração, enquanto a Ásia tem o menor; Brasil fica na média
Equipamento de mineração com CPU em uma mesa de escritório com sinal luminoso do Bitcoin atrás

Mineração com CPU (Foto: Denny Torres)

O custo médio para um indivíduo minerar um bitcoin (BTC) é de US$ 46.291,24, em média, segundo levantamento feito pelo site CoinGecko usando como base apenas o consumo da energia gasto no processo, que ficou numa média global de cerca de 266 mil kilowatt-hora (kWh). O custo não leva em conta as plataformas de mineração em escala industrial ou subsídios de governo locais.

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De acordo com os dados da plataforma, esse processo de mineração “individual” de apenas um bitcoin levaria aproximadamente sete anos para ser concluído, demandando um consumo mensal de eletricidade de cerca de 143 kWh, valor que representa cerca de um sexto do que uma família média dos Estados Unidos consumiu no ano de 2021.

Já faz cerca de um ano que os custos da mineração de um BTC superam sua cotação em dólar, segundo dados da Universidade de Cambridge e do site MacroMicro. Atualmente uma unidade da criptomoeda custa cerca de US$ 26 mil.

Vale lembrar que logo após sua criação, em 2008, qualquer pessoa conseguia minerar um bitcoin em casa facilmente. Porém, com o crescimento da rede, houve um grande aumento da dificuldade de mineração, o que faz com que hoje seja necessário contar com placas de vídeo caras e grandes equipamentos para conseguir realizar o processo.

Com isso, hoje o mais comum é que a mineração seja feita pelos chamados pools, que são grupos com várias pessoas e equipamentos que conseguem fazer o processo de forma mais rápida, dividindo os lucros entre seus participantes. Os dados da CoinGecko, porém, focam em mostrar os custos para um minerador sozinho.

Itália é o país mais caro para minerar

O país onde se é mais caro minerar um bitcoin no mundo é a Itália, segundo o CoinGecko, onde o processo custa cerca de US$ 280,5 mil. Enquanto isso, o mais barato é no Líbano, em que o custo da mineração é de US$ 260.

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O Brasil aparece levemente abaixo da média, com um custo aproximado de US$ 45,5 mil para minerar um bitcoin, assim como nos Estados Unidos, com US$ 46,3 mil.

Matéria do Portal do Bitcoin de junho deste ano destacou o cenário complicado no Brasil diante dos altos custos, que vão além apenas do preço da energia. Quatro mineradores e educadores sobre mineração disseram que a mineração com os dispositivos especializados, as ASICs, é cara e, muitas vezes, inviável. Um dos entrevistados, inclusive, afirmou que o estado do mercado para os pequenos é crítico.

As diferenças regionais nos custos de eletricidade doméstica são significativas, com a Europa se destacando com o maior custo médio de eletricidade, estimado em US$ 85,7 mil. Com isso, alguns dos países onde se é mais caro minerar bitcoin estão na região, como a própria Itália, além Alemanha (US$ 163 mil), Reino Unido (US$ 130 mil) e Suécia (US$ 113 mil).

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Por outro lado, a Ásia se destaca com o menor custo médio para mineradores solo, com US$ 20,6 mil. Esta região se destaca como o único território onde os custos médios de eletricidade doméstica tornam a mineração lucrativa para um minerador solo.

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Globalmente, apenas 65 países apresentam lucratividade para mineração individual de um bitcoin com base apenas nos custos domésticos de eletricidade. A Europa responde por cinco desses países, enquanto as Américas, principalmente na América do Sul e no Caribe, oferecem oportunidades em oito nações, entre elas a Argentina e o Paraguai.

A África aparece como região de atenção com 18 países em que o processo é lucrativo, mas é na Ásia que está a maioria, com 34 países.