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Foto: Shutterstock

Quem acompanha o Bitcoin há mais tempo sabe que em abril deste ano vivemos um momento importante para este ativo digital: o halving, que é o corte pela metade da recompensa pela mineração.

Isso tem sido considerado saudável para o desenvolvimento da moeda, porque com menos Bitcoins sendo minerados a cada 10 minutos, existe uma maior procura e, por consequência, aumento do preço. Mas essa não é a razão para as altas recentes. Entre tantos motivos para isso, podemos listar o principal: adoção institucional. 

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Tornando-se parte do mercado 

Em seu nascimento, o Bitcoin tinha uma tendência a ser o “outsider” do mundo econômico, já que sua tecnologia de operações sem intermediários tornava todo o sistema financeiro, baseado em moedas nacionais e bancos, obsoleto… Logicamente, essa imagem “rebelde” do Bitcoin fez com que o mercado financeiro o rejeitasse, considerando que não seria nada além de uma “bolha especulativa”. 

Como não podia deixar de ser em nenhum mercado ascendente, existiram diversas polêmicas, como o caso FTX e tantos outros que podem ser apontados como sinais de que “esse tal de Bitcoin não é confiável”.

Só que existia uma comunidade cada vez maior de pessoas acreditando na revolução do dinheiro que o Bitcoin prometia, e isso fez com que a procura pelo ativo continuasse crescendo. 

Olhando de perto, um dos segredos do sucesso do Bitcoin como ativo é o fato de que ele é, além de previsível e deflacionário, realmente descentralizado. Satoshi Nakamoto não é uma personalidade conhecida e não pode “mudar as regras no meio do jogo” ou sofrer qualquer tipo de represália por causa da boa (ou má) performance do ativo. 

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Com isso, a lei de oferta e demanda acaba sendo mais eficaz e, por consequência, o Bitcoin foi se tornando, cada vez mais, um ativo interessante. 

É exatamente para regular a quantidade de oferta de Bitcoin que o halving se tornou necessário. E sua importância é tanta que ele se tornou base para modelos de previsão do preço do ativo. O gráfico, de autoria de Dion Guillaume, previa um aumento de 20 vezes do pico de preço dentro de cada ciclo de 4 anos.

O último ciclo, de 2020 a 2024, tinha previsões do ativo alcançar picos de US$ 400.000, o que não se concretizou, e um dos motivos é que ele está começando a ser afetado (e afetar) as políticas econômicas do mundo como um todo. 

Governos, empresas e bancos entram em cena 

O Bitcoin está conquistando o respeito do mercado tradicional com iniciativas pioneiras de adoção da criptomoeda por empresas, fundos e até governos. Exemplos como o governo de El Salvador, Hashdex (a criadora do primeiro ETF de criptoativos do mundo, aqui no Brasil) e MicroStrategy deram ainda mais valor institucional ao ativo, o que, por consequência, trouxe mais procura e alavancou o preço. 

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Foi neste cenário que Donald Trump colocou dentre suas promessas da sua campanha eleitoral em 2024 a promessa de transformar os EUA em “uma superpotência Bitcoin”.

Sua vitória, associada a um parlamento favorável ao republicano, foram o impulso que a moeda digital precisava para disparar. Desde a confirmação da eleição americana o Bitcoin não para de bater altas históricas, e a tendência é que esta alta continue. Isso porque a Argentina também ensaia, por meio de projetos de lei, vender parte das reservas de ouro do país e comprar Bitcoin, além de se tornar mais um minerador oficial da rede. 

A promessa de Trump, agora eleito, não foi um fato isolado e muito menos a primeira iniciativa de figuras institucionais no sentido de validar o Bitcoin como uma reserva de valor legítima.

Figuras como Michael Saylor, Sam Altman (OpenAI) e Elon Musk já davam sinais de que estavam atentos aos movimentos do ativo, prevendo com certa antecedência (Altman escreveu sobre a possibilidade do Bitcoin virar a reserva de valor do mundo já em 2013 em um post de blog) o que hoje já é praticamente impossível de negar: o Bitcoin é um ativo revolucionário, que já mudou a realidade do sistema financeiro e vai se tornar cada vez mais relevante no cenário econômico mundial.

Sobre o autor

Pedro Gutiérrez é diretor da CoinEx na América Latina.

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