Com o barril de petróleo perto de US$ 130, o menor apetite por risco domina as negociações no mercado de criptomoedas nesta segunda-feira (7). O Bitcoin (BTC) mostra queda de 1% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 38.219, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) perde 2,7%, cotado a US$ 2.536.
No Brasil, o Bitcoin opera em baixa de 1,7%, negociado a R$ 195.885, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alertou que o país deve se preparar para um novo bombardeio das principais cidades, enquanto forças russas voltam a avançar depois de serem paralisadas pela forte resistência dos ucranianos, informou o New York Times.
Os mercados globais reagem ao impacto da invasão da Rússia à Ucrânia no longo prazo, com o efeito sobre o petróleo e preços de outras commodities. Os Estados Unidos e aliados avaliam proibir importações de petróleo da Rússia, o que colocaria ainda mais pressão sobre a inflação já elevada.
As perdas das criptomoedas espelham a onda vendedora nos mercados asiáticos nesta segunda-feira, com o índice Hang Seng em queda de 3,6% e o indicador Nikkei do Japão em baixa de 3%, Na Ásia, o Bitcoin chegou a atingir o menor nível em uma semana, mas depois ensaiou uma recuperação, mostram dados da Bloomberg.
Outras criptomoedas também operam em território negativo como Binance Coin (-0,5%), Cardano (-2,6%), Avalanche (-2,3%), Polkadot (-1,8%), Dogecoin (2%) e Shiba Inu (-2,6%), indica o CoinGecko.
Quem destoa e mostra valorização é a XRP, com alta de 1,1% e sendo vendida a US$ 0,73.
Investidores debatem se as criptomoedas podem funcionar como hedge diante da crescente determinação de governos de bloquear ativos financeiros ou como uma ferramenta usada para escapar das sanções que precisa de regulação mais rigorosa, aponta análise da Bloomberg.
Para Jeremy Schwartz, diretor de investimentos global da WisdomTree Investments, enquanto muitos investidores ainda veem as criptomoedas como um ativo especulativo, os fatos ocorridos na última semana mostram “que há uma grande parte da população que gostaria de ter um lugar para guardar o dinheiro e levá-lo se necessário”.
Outros destaques
Fundo cripto: O fundo Bohr, da gestora KPTL, faz parte de uma recente geração de fundos de criptoativos que usam novas abordagens para lucrar em um mercado de crescimento acelerado, apesar da volatilidade. “Basicamente, estamos encontrando jeitos de utilizar criptos mais criativamente do que antes”, disse ao Valor o sócio e gestor do fundo, Jay Janér.
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Riscos de fundos cripto: Reportagem do Financial Times destaca que grandes centros financeiros ainda estão divididos sobre incentivar o acesso a ativos virtuais disruptivos. O artigo cita o Brasil entre os líderes ao autorizar o lançamento do primeiro fundo de índice de Bitcoin e Ethereum da América Latina e os dois primeiros ETFs de finanças descentralizadas do mundo.
Nova infraestrutura: Provedores do chamado Crypto-as-a-Service ganham cada vez mais espaço no Brasil e no mundo, com a oferta de infraestrutura blockchain para que empresas possam habilitar soluções baseadas em criptoativos para os próprios clientes. Entre elas está a Paxos, cujos clientes incluem o PayPal, Revolut e Mercado Pago. Mercado Bitcoin, Foxbit e Liqui também avançam na modalidade no Brasil, segundo reportagem da Exame.
Recuperação judicial: A Lifetycon, que prometia ganhos por meio de investimentos em criptomoedas e parou de pagar os clientes desde o fim do ano passado, entrou com pedido de recuperação judicial no dia 25 de fevereiro, conforme o Portal do Bitcoin. A empresa culpa o calote pela queda do preço do Bitcoin, a guerra entre Rússia e Ucrânia e a ansiedade de clientes que não estão familiarizados com o mercado de criptomoedas.
Doações à Ucrânia: A Ucrânia já gastou US$ 15 milhões das doações recebidas em criptomoedas em equipamentos militares, incluindo coletes à prova de balas entregues na sexta-feira, disse à Bloomberg Alex Bornyakov, vice-ministro de Transformação Digital da Ucrânia.
Regulação e CBDCs
Burlar o SWIFT?: Lucas Passarini, trader especializado em cripto do Mercado Bitcoin, avalia em artigo no Portal do Bitcoin as narrativas que apontam a possibilidade de a Rússia utilizar criptoativos para contornar as sanções do Ocidente, como a exclusão de alguns bancos russos do sistema de pagamentos SWIFT. Mas Passarini argumenta que o governo russo não pode nem irá usar criptos para evitar tais bloqueios.
Sanções de Singapura: A cidade-estado anunciou sanções à Rússia no sábado que incluem quatro bancos e a proibição de exportação de eletrônicos, computadores e itens militares, em resposta ao que disse ser o “perigoso precedente” de Moscou na Ucrânia, segundo a Reuters.
Hub de tecnologia em Dubai: O setor de tecnologia se expande em Dubai na esteira da pandemia, com startups atraindo o interesse de empresas de capital de risco como SoftBank Group e Sequoia Capital. Ralf Glabischnig, investidor e fundador da Crypto Oasis, uma organização que ajuda startups de blockchain e criptomoedas a se estabelecerem em Dubai, mudou-se no ano passado para a cidade que, segundo ele, mostra o crescimento global mais rápido da tecnologia cripto, de acordo com o Wall Street Journal.
Metaverso, Games e NFTs
Campões no Google: Levantamento da Design Bundles publicado pela Exame revela quais são os 10 NFTs mais pesquisados no Google desde o início do ano. Jogos play-to-earn, metaverso e colecionáveis esportivos são os que mais chamam a atenção do público, com Axie Infinity, The Sandbox e NBA Top Shot na liderança da lista.
Expansão de jogos NFT: O mercado de tokens não fungíveis tem estimulado novos modelos de negócio como o da mineira Orbe888, que gerencia contas em videogames baseados em NFTs. Mas as altcoins de videogames atrelados a esse segmento enfrentam oscilações mais fortes do que as de criptomoedas tradicionais, destaca a Forbes. “Com concentração em poucos lugares, essas moedas ficam sensíveis às oscilações de preços. Mesmo no caso de Axie Infinity, que é mais popular, ela tem um volume substancialmente menor do que o bitcoin, por exemplo”, disse Bruno Milanello, executivo de novos negócios do Mercado Bitcoin.
Empreendedoras negras: Considerada a mulher mais disruptiva do mundo pela organização Women in Tech, Nina Silva, 39, CEO do Movimento Black Money, mantém contato com uma rede de cerca de 5.000 afroempreendedores, mas pouco menos da metade participa do Mercado Black Money, marketplace lançado pouco antes da pandemia e que lista hoje 7.000 produtos, de acordo com a Folha. Ao falar sobre temas como criptomoedas, Nina crê que pode inspirar empreendedores a desbravar e incorporar novas tecnologias. m o barril de petróleo perto de US$ 130, o menor apetite por risco domina as negociações no mercado de criptomoedas nesta segunda-feira.