As maiores criptomoedas perdem força nesta sexta-feira (2) após uma sequência de três dias de ganhos, em linha com o desempenho dos índices futuros das bolsas americanas.
O Bitcoin (BTC) mostra leve baixa de 0,7% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 16.969,46 , segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) também apresenta pouca variação, em queda de 0,5%, a US$ 1.275,64.
Em reais, o Bitcoin recua 1,2%, para R$ 88.448,80, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
As altcoins vão em direções opostas nesta sexta, entre elas XRP (-2,2%), Dogecoin (-3,5%), Cardano (-0,2%), Polygon (-0,1%), Polkadot (+1,1%), Shiba Inu (+0,5%) e Avalanche (+0,5%).
Solana perde 2,3% nas últimas 24 horas. Antes entre as “queridinhas” dos investidores, SOL sofreu com o colapso da exchange FTX e registrou a pior desvalorização em novembro entre os 100 maiores tokens do mercado, com queda de 57% nos últimos 30 dias até a quinta-feira (1), mostram dados do CoinMarketCap.
Empréstimos da Tether
A stablecoin Tether (USDT) mantém a paridade com o dólar, mas a emissora do token está na mira de investidores após uma reportagem do Wall Street Journal, que chama a atenção para os crescentes empréstimos da empresa a clientes feitos em sua própria moeda, o que poderia levar a problemas de liquidez em uma crise.
Em e-mail ao CoinDesk, Edward Moya, analista sênior de mercado da Oanda, alertou para o peso da Tether no mercado. “Crescem as preocupações de que os empréstimos da Tether possam ser o próximo grande risco para o criptoverso. Stablecoins são uma parte importante do mundo cripto e, se uma das maiores quebrar, isso enviará o Bitcoin e o Ethereum para novas mínimas.”
A Tether Holdings Ltd. diz que empresta apenas para clientes elegíveis e exige que os tomadores depositem muitas garantias “extremamente líquidas”, que podem ser vendidas por dólares em caso de inadimplência. Segundo o WSJ, os relatórios anteriores da Tether não informavam que os empréstimos emitidos eram denominados e pagáveis no token.
Protocolo Ankr sofre ataque
A Binance, maior exchante cripto do mundo, disse nesta sexta-feira que está ajudando a investigar um ataque a um token oferecido pelo protocolo de finanças descentralizadas Ankr, de acordo com a Bloomberg. O valor do token aBNBc despencou 99% depois de ser negociado a cerca de US$ 300 um dia atrás.
Parte do valor do aBNBc era relacionado à criptomoeda Binance Coin (-3%), cujos detentores poderiam obter renda passiva por meio do token emitido pelo Ankr.
O ataque teria ocorrido devido a uma falha no código do protocolo que permite a cunhagem ilimitada de aBNBc por qualquer usuário, de acordo com a empresa de segurança PeckShield.
O invasor cunhou então 6 quatrilhões de aBNB e já conseguiu trocar 20 trilhões desses tokens por BNB e depois transferi-los para o serviço de mixagem Tornado Cash. O hacker então trocou os tokens BNB por 5 milhões da stablecoin USD Coin (USDC), informou o CoinDesk.
A Binance também interrompeu temporariamente os saques to token afetado, até que a situação seja esclarecida.
Bitcoin hoje
Nesta sexta, investidores ficam de olho no relatório de emprego dos EUA, que deve influenciar a decisão de política “monetária” do banco central americano.
O Bitcoin vinha de três dias de ganhos, embalado pelos comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que sinalizou uma dose menor de juros na próxima reunião nos dias 13 e 14 de dezembro. O alívio da política de Covid Zero da China também ajudou a melhorar o humor.
Economistas consultados pela Bloomberg ainda esperam um ritmo forte de contratações, com a abertura de 200 mil vagas em novembro. Os dados saem às 9h30 de Brasília.
Caso os dados venham acima do esperado, o Fed pode manter a política monetária apertada por mais tempo, o que seria uma má notícia para ativos de risco, como o Bitcoin e outras criptomoedas.
O maior token do mundo afundou 16% em novembro e, na última década, sempre teve um dezembro fraco após quedas no mês anterior, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
FTX – Últimas notícias:
O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, não se cansa de dar entrevistas, apesar das implicações legais futuras que poderiam levá-lo à prisão. Nos últimos dias, SBF, como é conhecido, participou de um evento ao vivo do New York Times, falou com o programa Good Morning America e também concedeu entrevista à revista New York.
Em todas elas, Bankman-Fried nega que tenha cometido fraudes ou esteja mentindo. Mas um dado interessante é que, recentemente, também tem alegado problemas de memória. Dias após o pedido de recuperação judicial da FTX, SBF também falou com a Bloomberg Businessweek, cuja entrevista realizada em sua cobertura nas Bahamas foi publicada nesta sexta-feira (2).
Na conversa, SBF admite que discutiu sobre as dívidas da Alameda com seus principais executivos após o colapso do ecossistema Terra, entre eles a ex-CEO da empresa de investimentos Alameda, Caroline Ellison, mas sua versão é diferente da informada por ela a funcionários.
Um órgão fiscalizador de falências do Departamento de Justiça dos EUA pediu uma investigação independente sobre a FTX, comparando o repentino colapso da plataforma de criptomoedas com a quebra do Lehman Brothers, informou o Wall Street Journal.
Autoridades dos EUA estão pedindo a investidores de criptoativos e às empresas de trading que trabalharam diretamente com a FTX que forneçam informações sobre a corretora e seus principais executivos, incluindo Bankman-Fried e Ellison, da Alameda, disseram fontes à Bloomberg.
O Gabinete do Procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York enviou recentemente uma série de solicitações, pedindo aos destinatários que entregassem voluntariamente informações sobre uma lista de funcionários e associados da FTX, de acordo com pessoas a par do caso.
Lei das Criptomoedas
Entre as acusações contra a FTX estaria o suposto uso de fundos de clientes para cobrir rombos e financiar operações alavancadas.
No Brasil, o projeto de lei para regular o mercado de criptoativos aprovado pela Câmara de Deputados deixou de fora o polêmico item da segregação patrimonial, que separa ativos de clientes de corretoras cripto. Fontes próximas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dizem que ele não insistiu no ponto para garantir a aprovação do PL, mas destacam que a segregação patrimonial será ponto pacífico, segundo informações da coluna Painel S.A. da Folha de S.Paulo.
O BC, que deve ser o órgão responsável por regulamentar o projeto, considera um risco muito elevado não oferecer algum tipo de proteção patrimonial para os investidores, de acordo com a Folha.
Outros destaques das criptomoedas
A BlueBenx, empresa brasileira de investimentos em criptomoedas que parou de pagar os clientes em agosto após um rombo de R$ 160 milhões, voltou a entrar no radar da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Na quinta-feira (1º), a autarquia suspendeu a oferta pública de contratos de investimentos coletivos pela Blubenx Tecnologia Financeira S.A., bem como dos líderes da empresa, Roberto de Jesus Cardassi e William Tadeu Batista Silva.
Renan, o filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro, abandonou seu cargo de embaixador e sócio do Myla, um metaverso “de direita” cuja criptomoeda nativa despencou poucos dias depois de ter sido lançada, potencialmente deixando centenas de brasileiros no prejuízo.
A relação entre a Apple e a Coinbase azedou após a maior corretora de criptomoedas dos EUA denunciar publicamente a cobrança de taxas que estão sendo impostas ao aplicativo de sua carteira no sistema iOS. De acordo com uma série de tuítes da Coinbase, a Apple passou a exigir 30% das taxas de gas de todas as transferências de NFTs feitas por usuários na carteira mobile da Coinbase. Por discordar dessa cobrança, a corretora desativou no seu app a opção de enviar e receber NFT.
Os clientes do Mercado Bitcoin (MB) já contam com acesso exclusivo a 100 tokens não fungíveis (NFTs) da coleção Jungle Society. As obras, que fazem parte do projeto internacional Jaguar Friends, ao qual o MB se associou, são assinadas por Joel Best, premiado artista 3D e criador da coleção Lucky Lion Club.
Com mais de cinco mil variações, os NFTs poderão ser adquiridos no site https://jaguarfriends.io/mb. Parte do valor arrecadado será revertido em projetos de preservação das onças-pintadas.