A principais criptomoedas operam em terreno negativo, mas sem fortes oscilações, enquanto investidores acompanham o efeito cascata da quebra da exchange FTX. Uma das vítimas é a BlockFi, plataforma de crédito cripto que pode entrar com pedido de recuperação judicial. No radar de autoridades das Bahamas e EUA, o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, pode ser interrogado em território americano.
Em uma conferência em Abu Dhabi, o CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, disse que há grande interesse de players do mercado em seu novo fundo de recuperação. Mas o executivo ainda não revelou detalhes, como o tamanho do fundo, de acordo com a Reuters.
O Bitcoin (BTC) anda de lado nas últimas 24 horas, com baixa de 0,5% e cotado a US$ 16.755, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) recua 2,6%, negociado a US$ 1.232.
Em reais, o Bitcoin mostra queda de 1,1%, cotado a R$ 88.085, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
As altcoins vão em direções opostas, com destaque para Binance Coin (-0,8%), XRP (-0,5%), Dogecoin (+0,2%), Cardano (-1,5%), Polygon (-2,1%), Polkadot (-1,4%), Shiba Inu (+1,9%), Solana (-3,2%) e Avalanche (-0,7%).
Crise da FTX – Últimas notícias:
A empresa de empréstimos cripto BlockFi se prepara para um possível pedido de recuperação judicial, de acordo com o Wall Street Journal. A plataforma também planeja fazer demissões, informou o jornal, que cita pessoas familiarizadas com o processo. Na segunda-feira (14), a BlockFi disse que os saques continuariam suspensos devido à “exposição significativa à FTX e a entidades corporativas associadas”. A FTX Digital Markets sediada nas Bahamas, uma unidade da FTX Trading, também pediu recuperação judicial nos EUA.
A Suprema Corte das Bahamas, sede da FTX.com, nomeou sócios da PricewaterhouseCoopers (PwC) como liquidantes provisórios para supervisionar os ativos da corretora. Autoridades americanas e das Bahamas têm discutido a possibilidade de levar Sam Bankman-Fried aos EUA para ser interrogado, segundo a Bloomberg, que cita três pessoas a par do assunto.
A exchange Liquid Global disse na terça-feira (15) que está suspendendo todas as retiradas — tanto fiduciárias quanto de criptomoedas — da plataforma. O Liquid Group e todas as suas filiais operacionais, incluindo a Quoine Corporation, com sede no Japão, e a Quoine Pte, com sede em Singapura, foram adquiridas pela FTX Trading Ltd em um acordo no início deste ano, cujo valor não foi revelado.
O colapso da FTX parece ter chegado à Argentina. A corretora Quantia, que é registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, mas opera no mercado argentino, suspendeu saques e depósitos no último fim de semana por conta do colapso da FTX e de seu token FTT.
Maps.me e Oxygen, dois projetos de finanças descentralizadas (DeFi) apoiados pela Alameda Research, braço de trading da FTX, disseram em comunicado na terça-feira (15) que mais de 95% do estoque total de seus tokens estão retidos na exchange.
A FTX entrou com pedido de recuperação judicial, mas Sam Bankman-Fried passou o fim de semana passado fazendo ligações para captar fundos com investidores e tentar cobrir um rombo de US$ 8 bilhões, segundo apurado pelo Wall Street Journal. Não se sabe o que SBF está oferecendo em troca ou se algum investidor se dispôs a ajudar.
A tentativa parece ser confirmada pelos recentes tuítes do fundador da FTX, que reconheceu a “demasiada alavancagem” do grupo. “Então, o que posso tentar fazer? Aumentar a liquidez, ressarcir os clientes e recomeçar, escreveu Bankman-Fried. Apesar de admitir que pode fracassar, acrescentou: “Parte de mim acredita que posso chegar a algum lugar”. SBF também tuitou que a FTX US tinha dinheiro suficiente para pagar os clientes.
“Alavancagem excessiva” é justamente algo que uma exchange de criptomoedas precisa evitar, segundo uma lista publicada pelo CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, com os seis principais requisitos que definem uma corretora segura, em sua opinião.
Nikhil Rathi, presidente da FCA (Autoridade de Conduta Financeira), pediu na terça-feira (15) a parlamentares no Reino Unido que apoiem sua decisão impopular de não conceder autorização a dezenas de exchanges de criptomoedas como a FTX, informou a Reuters. Cerca de 85% dos pedidos de licença para empresas cripto foram rejeitados pela FCA ou cancelados.
A Binance, assim como a FTX, não tem permissão para operar no mercado britânico, mas conversa com reguladores para obter uma licença, disse aos parlamentares Daniel Trinder, vice-presidente de relações governamentais da Binance para a região EMEA. A Ripple, emissora do token XRP, também busca autorização no país.
A ASIC, agência equivalente à CVM na Austrália, suspendeu a licença de serviços financeiros da unidade da FTX no país até meados de maio de 2023, o que proíbe a exchange de negociar contratos de derivativos e de câmbio para clientes de varejo e atacado.
Celebridades como o jogador de futebol americano Tom Brady, que se divorciou de Gisele Bündchen, podem ser alvo de uma ação coletiva de investidores que se sentem lesados pelo colapso da FTX, disse uma pessoa com conhecimento do assunto ao The Block. O advogado que estaria conversando com clientes é David Boies, famoso por representar empresas como Theranos e o governo americano contra a Microsoft.
Outros destaques
A corretora cripto Bitso planeja lançar no Brasil uma ferramenta de pagamentos para clientes integrada ao Pix, disse à Exame o CEO da empresa, Daniel Vogel. O projeto seria adaptado do Bitso Pay, um serviço lançado pela exchange para clientes na Argentina.
A SEC adiou até 27 de janeiro uma decisão sobre um fundo de índice de Bitcoin à vista da Ark Investment, de Cathie Wood, e da empresa de produtos de investimentos cripto 21Shares US, que buscam listar e negociar o ETF na Cboe Global Markets (CBOE.Z), de acordo com a Reuters.
Enquanto isso, a Ark Investment aproveitou a desvalorização do fundo Grayscale Bitcoin Trust para comprar 315 mil ações por cerca de US$ 2,8 milhões. Foi o primeiro investimento do ETF ARK Next Generation Internet desde julho de 2021, segundo a Bloomberg.
Em meio à turbulência na semana passada, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, vendeu mais de 30 mil ações Classe A da exchange americana por US$ 1,6 milhão na última sexta-feira (11), de acordo com documento regulatório enviado à SEC.
Regulação, CBDCs e Cibersegurança
Criminosos brasileiros especializados em fraudes bancárias por internet agora têm alcance mundial, mostra reportagem do Valor. Sem precisar deixar o país, cibercriminosos brasileiros são agora uma ameaça também a correntistas de bancos na Europa, EUA e de vizinhos na América do Sul. Fundos roubados são transferidos para contas de laranjas e, em muitos casos, convertidos em criptomoedas.
Na União Europeia, o bloco pode proibir bancos e provedores de criptomoedas de negociar tokens que melhoram a privacidade, como zcash, monero e dash, segundo minuta de um projeto de lei obtida pelo CoinDesk. O documento está sendo circulado entre os membros da UE para comentário.
Gigantes como Citigroup, HSBC, Mastercard e Wells Fargo iniciaram um projeto piloto de 12 semanas para testar o dólar digital com o Federal Reserve de Nova York, anunciaram os participantes na terça-feira (15).
Metaverso, Games e NFTs
Após a assinatura de um acordo entre a Binance e Cristiano Ronaldo em meados do ano, a exchange planeja o primeiro de uma série de lançamentos da coleção de tokens não fungíveis (NFTs) do jogador em 18 de novembro, dois dias antes do início da Copa do Mundo no Qatar.
A Yuga Labs vai doar o CryptoPunk #305, “Priscilla”, ao Instituto de Arte Contemporânea de Miami como parte de uma iniciativa para exibir NFTs icônicos da coleção em museus e galerias do mundo todo, informou o The Block.
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