O Bitcoin caminha para encerrar uma semana marcada por alta volatilidade se consolidando na faixa dos US$ 107.161, com uma leve queda de 0,3% nas últimas 24 horas. Em reais, o BTC aos poucos se aproxima novamente do patamar de R$ 600 mil, sendo negociado nesta sexta-feira (27) a R$ 590.319, de acordo com dados do Portal do Bitcoin.
Apesar das variações de preço nos últimos dias, os fundos de índice (ETF) de Bitcoin à vista negociados nos Estados Unidos estão passando por sua mais longa sequência de entradas desde dezembro de 2024, com mais de US$ 2,9 bilhões captados ao longo de 13 dias consecutivos, enquanto cresce o ímpeto regulatório para aprovação de ETFs de outros ativos digitais nos próximos quatro meses.
Os ETFs registraram sua maior entrada diária de junho na terça-feira, com US$ 588,6 milhões, estendendo uma sequência inédita que totaliza US$ 1,2 bilhão apenas nesta semana.
O IBIT da BlackRock liderou novamente as entradas na quinta-feira (26), com US$ 163,7 milhões, enquanto o FBTC da Fidelity adicionou US$ 32,9 milhões e o BITB da Bitwise atraiu US$ 25,2 milhões, segundo dados da Farside Investors.
Outros fundos importantes, como o ARKB da Ark e o BTCO da Invesco, relataram entradas mais modestas, enquanto o GBT da Grayscale e diversos ETFs menores não apresentaram atividade significativa.
As entradas sustentadas indicam um apetite institucional crescente por produtos de investimento em criptomoedas, especialmente à medida que as gestoras dos ETFs realizam compras cada vez mais via canais de balcão (OTC), com o objetivo de minimizar o impacto no preço.
“Os fluxos dos ETFs são amplamente impulsionados por dois tipos de investidores: investidores fundamentais de longo prazo e traders de arbitragem de base”, disse Peter Chung, chefe de pesquisa da Presto Labs, ao Decrypt.
Mas com a arbitragem de base atualmente menos atrativa, Chung acredita que “a maioria dos fluxos dos ETFs está sendo impulsionada por investidores fundamentais de longo prazo”.
A sequência de 13 dias já atraiu quase US$ 3 bilhões para os ETFs de Bitcoin, mesmo com o próprio BTC operando de lado em torno de US$ 107 mil.
“As gestoras dos ETFs podem executar suas compras por meio de transações OTC, o que evita impactar demais o preço à vista”, afirmou Chung. “Os dados on-chain indicam que a quantidade de Bitcoin nas mãos de detentores de curto prazo (menos de 155 dias) caiu rapidamente nos últimos dois meses, sugerindo que os traders de curto prazo têm vendido agressivamente no mercado.”
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Demanda por todos os lados
Enquanto o Bitcoin continua atraindo capital institucional, cresce silenciosamente o ímpeto em torno da próxima fronteira dos produtos de investimento em criptoativos.
O analista de ETFs da Bloomberg, Eric Balchunas, já havia dito que os pedidos revisados de ETFs de Dogecoin e Aptos, bem como mudanças nas regras apresentadas pela Bitwise, refletem uma “atitude completamente nova” da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), com um engajamento muito mais consistente do que o observado antes da aprovação dos ETFs de Bitcoin.
“Tudo o que estamos ouvindo agora é ainda mais otimista do que o que ouvimos durante a saga do Bitcoin”, disse Balchunas na quinta-feira.
Ele projeta mais de 95% de probabilidade de aprovação para ETFs de Solana, XRP e Litecoin, com 90% de chance para a autorização de um ETF de Dogecoin.
Desde o lançamento dos ETFs de Bitcoin, há 18 meses, eles já atraíram mais de US$ 40 bilhões, segundo Arjun Vijay, fundador da exchange de criptoativos Giottus.
“Neste ciclo, há uma tendência clara de o Bitcoin migrar do varejo para as instituições”, disse Vijay ao Decrypt. “O varejo está vendendo enquanto as instituições estão comprando.”
Ainda assim, Ganesh Mahidhar, profissional de investimentos da Further Ventures, disse que as entradas nos ETFs costumam ser superestimadas, apontando que as compras reais estão acontecendo por meio de programas de tesouraria e produtos estruturados.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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