As criptomoedas avançam com mais força nesta quarta-feira (9), em linha com os ganhos dos mercados acionários, que se recuperam após a fuga de ativos de risco provocada por perdas de bancos italianos e americanos.
O Bitcoin (BTC) registra alta de 2,1% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 29.786,87, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC ganha 2,4%, negociado a R$ 146.363,52, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
Nas últimas 24 horas, o Ethereum (ETH) opera em alta de 1,7%, a US$ 1.859,86.
Um analista do JPMorgan disse ao The Block que o lançamento da stablecoin do PayPal, que será emitida na rede Ethereum, pode elevar a atividade na blockchain com o aumento do valor total bloqueado.
A stablecoin PYUSD será emitida pela Paxos, que já trabalha em outros projetos de stablecoins do tipo “white label”, de acordo com o CoinDesk.
Outro destaque é a Base, a blockchain da Coinbase, que será ativada nesta quarta-feira. A exchange americana pretende aumentar a receita com aplicações descentralizadas na esteira do lançamento da rede de segunda camada baseada na Ethereum, disse ao CoinDesk Jesse Pollak, responsável pelo projeto na Coinbase.
Entre as altcoins, XRP sobe 4,5% depois de cair 10% em uma semana. Outros tokens também sobem nesta manhã, com destaque para Shiba Inu que dispara 10,7%, BNB (+0,8%), Dogecoin (+2,8%), Cardano (+2,9%), Solana (+6,2%), Polkadot (+1,5%), Polygon (+3,1%) e Avalanche (+1,3%).
Delação premiada no caso FTX
Ryan Salame, que liderava a FTX ao lado do fundador Sam Bankman-Fried, pode se declarar culpado de crimes relacionados às operações da exchange cripto, o que inclui violações das leis de financiamento de campanha, informou a Bloomberg News.
Salame negocia uma delação premiada com promotores federais para se declarar culpado dessas acusações, informou a Bloomberg na terça-feira (8), citando pessoas familiarizadas com o caso.
Salame ainda não havia se declarado culpado no processo movido contra Bankman-Fried, acusado de várias irregularidades, entre elas desvio de fundos de clientes da corretora, atualmente em recuperação judicial e que colapsou em novembro passado.
Outros executivos da FTX, entre eles Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research, braço de trading da exchange, e o cofundador da empresa, Gary Wang, se declararam culpados de várias acusações.
Segundo apurado pela Bloomberg, os promotores identificaram um jato particular que Salame teria comprado enquanto trabalhava na FTX e que poderia ser confiscado como parte da delação premiada com o governo americano.
O executivo foi investigado no mês passado sobre possíveis violações de financiamento de campanha, de acordo com o Wall Street Journal.
SBF foi acusado das mesmas irregularidades em doações para políticos nos EUA, mas a acusação foi retirada devido a uma objeção relacionada ao acordo de extradição do fundador da FTX com o governo das Bahamas. No entanto, promotores do Departamento de Justiça enviaram uma carta na terça-feira ao juiz responsável pelo caso para reconsiderar a acusação, conforme o Decrypt.
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Bitcoin hoje
O Bitcoin sobe com mais força nesta manhã, mas não o suficiente para superar a casa dos US$ 30 mil.
A maior criptomoeda chegou ultrapassar a marca na terça-feira (8), em meio à corrida por ativos vistos como seguros depois que o governo italiano anunciou um imposto sobre lucros extras de instituições financeiras e da decisão da Moody’s de rebaixar a nota de crédito de bancos regionais americanos, citando aumento dos custos e riscos de empréstimos no segmento imobiliário comercial.
No entanto, o Bitcoin volta a ser negociado na casa dos US$ 29 mil, ainda marcado pela baixa volatilidade, atualmente em uma mínima histórica. E o número crescente de bitcoins adormecidos sinaliza que manter a criptomoeda é a estratégia de investimento preferida atualmente.
Especialistas dizem que catalisadores como a aprovação de um fundo de índice (ETF) de Bitcoin à vista são necessários para que o token possa deslanchar até o fim do ano.
O apoio de grandes investidores também ajuda. Em entrevista à Bloomberg Television, o bilionário David Rubenstein, cofundador da empresa de private equity Carlyle, destacou que “há enorme interesse” na maior criptomoeda que, segundo ele, veio para ficar. O executivo disse ainda que gostaria de ter comprado Bitcoin em seus primeiros dias.
Em nota ao CoinDesk, Vivien Fang, chefe de produtos de trading da corretora Bybit, afirmou que US$ 30 mil é um limite crítico para o Bitcoin e o consenso indica US$ 40 mil como o próximo nível significativo. No entanto, ela alerta que existe grande probabilidade de maior volatilidade devido a eventos negativos relacionados ao cenário macroeconômico que poderiam impactar inesperadamente o mercado.
Entre estes eventos está o relatório dos preços ao consumidor americano em julho, conhecido como CPI, que será divulgado amanhã (10). Mas o Federal Reserve, o banco central dos EUA, se reúne apenas nos dias 19 e 20 de setembro, e terá a oportunidade de analisar outro relatório do CPI antes, previsto para 13 de setembro.
Outros destaques das criptomoedas
E o Fed iniciou um programa para supervisionar a atividade cripto de instituições financeiras, de acordo com o CoinDesk. O Fed reforçou sua exigência de que bancos regulados pela autoridade monetária obtenham aprovação antes de atuar no mercado de ativos digitais.
A medida, anunciada na terça-feira (8), não altera nenhuma regra para as operações cripto do setor bancário, mas coloca as atividades sob o novo “programa de supervisão de atividades inovadoras”. O Fed também deu mais detalhes sobre a exigência de que os bancos busquem pré-aprovação para operar com stablecoins.
Na temporada de balanços, a Galaxy Digital, controlada por Michael Novogratz, registrou queda de 54% na receita com trading no segundo trimestre, para US$ 59,5 milhões. O resultado negativo foi atribuído principalmente “a menores ganhos líquidos realizados em ativos digitais e a perdas líquidas não realizadas em investimentos”, disse a empresa em comunicado. Mas a Galaxy conseguiu reduzir o prejuízo no período para US$ 46 milhões após divulgar perdas de US$ 554,7 milhões no segundo trimestre de 2022.
O prejuízo da mineradora de bitcoins Marathon Digital também encolheu de abril a junho deste ano, para US$ 19,1 milhões, em meio às vendas da maior criptomoeda pela empresa para aproveitar o rali de preços neste ano. A receita mais do que triplicou no período, para US$ 81,8 milhões, mas ficou abaixo dos US$ 83,4 milhões esperados por analistas da Bloomberg.
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